postado em 01/12/2008 15:02
WASHINGTON - Fiel à reputação de lutadora, Hillary Clinton, perdedora, no entanto, da indicação democrata depois de uma batalha épica, estará à frente da diplomacia americana depois de ter sido designada nesta segunda-feira (1º/12) secretária de Estado por seu antigo rival, Barack Obama.
A senadora por Nova York, considerada durante muito tempo a favorita da corrida para a Casa Branca, é conhecida por ter uma força de caráter fora do comum. Durante a campanha, transformou sua experiência em política externa em um de seus principais argumentos e nunca hesitou em criticar a ingenuidade de Barak Obama.
Mas, a partir da derrota, Clinton fez campanha a favor de seu antigo adversário, chamando seus milhões de seguidores a eleger o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Para seus partidários, seu nome está associado aos anos de prosperidade da presidência de Bill Clinton (1993-2000). Os simpatizantes de Hillary elogiam sua competência e sua experiência. Nos debates televisivos, sempre se mostrou precisa, e inclusive mais convincente que seu rival.
Seus detratores, inúmeros, têm outra opinião. Para uma parte dos americanos, o sobrenome de Hillary Clinton é sinônimo de dureza e cinismo. Apesar de já ter sido dada por vencida incansáveis vezes, sempre manteve a cabeça erguida, mostrando-se dona de uma energia renovada.
Hillary Clinton, nascida em 26 de outubro de 1947 em Chicago (Illinois, norte), chegou à política com as propostas contra a guerra do Vietnã e, depois de se tornar uma das primeiras-damas mais influentes da história dos Estados Unidos, conseguiu se transformar em senadora pelo Estado de Nova York em 2000 e 2006.
Mas a chegada de Obama deteve a máquina e, apesar de importantes sucessos nas primárias, como em Nova York, Califórnia, Flórida, Ohio e Pensilvânia, seus mais de 17 milhões de eleitores, a sedução que exerce entre as mulheres, os operários brancos, os velhos e os hispânicos, não pôde impedir a vitória do carismático senador por Illinois.
Com seus cabelos loiros, olhos azuis e terninhos coloridos, esta brilhante advogada, mãe de uma empresária de 27 anos, Chelsea, trabalhou durante muito tempo à sombra do marido e teve de suportar a humilhação pública do escândalo Monica Lewinsky.
Hillary Clinton tem grandes desafios a enfrentar como chefe da diplomacia americana. Ela mesma resumiu a situação durante a campanha: "O próximo presidente será o primeiro a herdar duas guerras, uma longa batalha contra o terrorismo mundial e uma tensão crescente com o Irã".
Ela terá também de se adaptar às propostas do presidente eleito, que diferentemente dela foi contra a guerra do Iraque e que defende uma política de aproximação com o Irã.