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Obama quer que Gates termine a guerra do Iraque de forma responsável

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postado em 01/12/2008 15:28
O presidente eleito americano, Barack Obama, vai encarregar seu futuro secretário da Defesa, Robert Gates, de "terminar a guerra no Iraque de forma responsável", declarou nesta segunda-feira em uma entrevista coletiva, reiterando que deseja a retirada das forças de combate americanas dentro de 16 meses. "Como disse durante minha campanha, darei ao secretário da Defesa Robert Gates e às nossas forças armadas uma nova missão: terminar a guerra no Iraque de forma responsável transferindo o controle aos iraquianos", afirmou Obama, logo depois de anunciar a nomeação de Gates, atual secretário da Defesa do governo de George W. Bush. Obama reafirmou que deseja a retirada de todas as brigadas de combate americanas do Iraque dentro de um prazo de 16 meses, garantindo, no entanto, que ouvirá as recomendações dos militares. "Considero 16 meses um prazo razoável. Porém, como já disse várias vezes, acatarei as recomendações dos meus comandantes", declarou. "Pode ser necessário manter uma força para treinar as forças de segurança iraquianas e proteger o povo do Iraque", destacou. "Também vamos nos assegurar de que teremos os meios e a estratégia necessários para derrotar a Al-Qaeda e os talibãs" no Afeganistão", acrescentou o futuro presidente dos Estados Unidos, que já se comprometeu a enviar reforços a este país. "O Afeganistão é o lugar onde começou a guerra contra o terrorismo, e será o local onde ela vai terminar", concluiu. Além disso, Obama prometeu que as forças armadas americanas continuarão sendo as "mais poderosas do planeta". "Todos nós compartilhamos a convicção de que precisamos continuar tendo as forças armadas mais poderosas do planeta, e vamos continuar fazendo os investimentos necessários para reforçar nossas forças armadas e aumentar nossas forças terrestres", afirmou Obama. "Também concordamos sobre o fato de que o poder de nossas forças armadas tem que ser acompanhado pela sabedoria e pela força da diplomacia, e assumimos o compromisso de reconstruir e fortalecer as alianças em todo o mundo para defender os interesses e a segurança dos Estados Unidos", prosseguiu. O presidente eleito justificou a decisão de manter Gates, membro da administração republicana de Bush, no comando do Pentágono, "em um período inédito de transição durante duas guerras". "Há dois anos, ele assumiu o comando do Pentágono em tempos difíceis. Restaurou a noção de responsabilidade, e ganhou a confiança dos chefes militares, de nossos homens e mulheres uniformizados e de suas famílias. Ele conquistou o respeito dos membros do Congresso, tanto republicanos como democratas, com seu pragmatismo e sua competência", explicou. Esta é a primeira vez nos Estados Unidos que um secretário da Defesa é mantido em um governo de orientação diferente do dele. O ex-diretor da CIA de 65 anos, nomeado no final de 2006 para suceder ao controvertido Donald Rumsfeld, se declarou "profundamente honrado" de ter sido indicado, e "consciente de que estamos travando duas guerras e enfrentamos sérios desafios nacionais e internacionais". "Tenho que cumprir meu dever", da mesma forma que as tropas americanas, ressaltou Gates, descrevendo os dois anos passados no Pentágono como "a experiência mais gratificante" de sua existência.

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