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Experiente e diplomático, James Jones é confirmado na Segurança Nacional

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postado em 01/12/2008 18:36
O general americano reformado James Jones, de 64 anos, anunciado nesta segunda-feira como o futuro conselheiro de Segurança Nacional do presidente eleito Barack Obama, é um ex-comandante das Forças da Otan na Europa, conhecido por sua experiência e refinado senso militar e político. Obama descreveu Jones como a pessoa que "trará para o cargo a dupla experiência de servir como militar e diplomata" e também como alguém que entende a relação entre Energia e Segurança Nacional, assim como a importância da paz no Oriente Médio. Jones "vai me aconselhar e trabalhar, efetivamente, para integrar nossos esforços no governo, de modo que estejamos usando, de forma eficaz, todos os elementos do poder americano para derrotar ameaças não-convencionais e promover nossos valores", declarou Obama. O novo conselheiro de Segurança Nacional começou sua aposentadoria liderando o Institute for 21st Century Energy, criado pela poderosa Câmara americana do Comércio, para examinar as maneiras possíveis de se defender o fornecimento de energia limpa e, ao mesmo tempo, garantir a segurança nacional. Nomeado há um ano como enviado especial para Segurança no Oriente Médio pela atual secretária de Estado, Condoleezza Rice, esse general de quatro estrelas foi o primeiro oficial do Corpo de Fuzileiros Navais a assumir o comando das forças da Aliança Atlântica na Europa em janeiro de 2003. Em um momento de grande fragilidade dos laços EUA-Europa, em virtude da guerra no Iraque, Jones contribuiu com uma perspectiva transatlântica para a organização. A Otan não se aventurou no Iraque, mas ficou encarregada, sob Jones, da força internacional de paz no Afeganistão, sua primeira missão fora da Europa. Nascido no Kansas (centro), James Jones tem, do alto de seu 1,95m de altura, uma sólida experiência internacional. Diplomado em Relações Internacionais pela prestigiada Universidade de Georgetown, em Washington, esse veterano do Vietnã, para onde partiu em 1967, alternou diversos postos no exterior - Japão, Iraque e Turquia, durante a primeira guerra do Golfo, Bósnia e Macedônia - e no Estado-Maior. Pouco depois ser reformado, em setembro de 2007, após 40 anos de serviços prestados aos Fuzileiros, enviou ao Congresso um relatório sobre a situação das tropas americanas no Iraque, no qual recomendava a redução do número de soldados. Antes de trabalhar para o governo Bush, foi assistente militar do ex-secretário da Defesa William Cohen, na Administração Clinton, e responsável por fazer a ponte ("liaison officer") entre os Marines e o Senado americano, uma experiência rica que o blindou de rótulos políticos e lhe proporcionou fortes contatos nesse meio. Em agosto passado, ele teria redigido um relatório sobre a segurança nos territórios palestinos bastante crítico da política de Israel, conforme o jornal israelense "Haaretz". A Casa Branca estaria reticente quanto a publicar a versão integral do documento. James Jones passou parte de sua infância em Paris, no final dos anos 1940, e fala francês fluentemente. Por ocasião de sua saída da Otan, no final de 2006, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jaap de Hoop Scheffer, prestou-lhe uma homenagem, destacando que, sob seu comando, a organização "passou por uma importante transformação política e militar", enquanto se ampliava para o Leste, com sete novos membros (Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia). Segundo Fareed Zakaria, um dos editorialistas da revista americana "Newsweek", James Jones "era um comandante da Otan muito popular entre os europeus, o que é bem raro". Sua escolha, acrescenta Zakaria, "mostra que Obama quer alguém na Casa Branca que possa lidar muito bem com o processo, mas que assuma e esteja centralmente envolvido nos dois grandes problemas que ele tem de imediato, que são o Iraque e o Afeganistão".

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