postado em 02/12/2008 15:59
"Graves" violações dos direitos humanos são cometidas no Iraque sem que as autoridades tomem providências, denunciou a ONU em um relatório publicado nesta terça-feira, citando casos de prisioneiros torturados.
"Graves violações dos direitos humanos ficaram sem resposta", alertou a Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque (Unami) em seu relatório, que só leva em conta os seis primeiros meses de 2008. "A situação dos prisioneiros em todo o país, inclusive no Curdistão (norte), é muito preocupante", afirmou a Unami, que teve acesso a várias prisões em todo o país.
A Unami constatou muitos casos de "maus-tratos e torturas de prisioneiros cometidos pelas forças da ordem iraquianas". Estes casos são freqüentes, ainda mais porque os responsáveis por estas violações se beneficiam de um clima de "crescente impunidade", acrescentou a missão da ONU.
Além disso, muitos prisioneiros ficaram detidos durante bvários meses sem ter acesso a advogados. Alguns deles sequer foram indiciados, denunciou a Unami. A missão da ONU também se disse preocupada com as minorias, constantemente atacadas por milícias armadas. "As minorias são vítimas de agressões, ameaças e assassinatos, além da destruição de seus bens culturais", segundo o relatório.
Depois de uma onda de assassinatos contra sua comunidade em outubro, mais de 2.000 famílias cristãs fugiram da cidade de Mossul, no norte do Iraque, para se refugiar no Líbano. Além disso, a situação das mulheres "exige medidas urgentes das autoridades do país", considerou a Unami, destacando que muitas jovens são assediadas nas universidades para se vestirem de forma mais conservadora.
Casos de raptos de mulheres e violências domésticas também foram registrados, sobretudo no Curdistão onde, segundo a Unami, os ditos "crimes de honra" ainda são freqüentes.