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Ministra do Meio Ambiente da Argentina renuncia

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postado em 03/12/2008 16:34
A ministra do Meio Ambiente da Argentina, Romina Picolotti, renunciou ontem ao cargo. Sua gestão de dois anos e meio à frente da pasta foi marcada pela instabilidade, quando a também ativista ambiental enfureceu empresários ao combater a poluição. Para outros, Romina não conseguiu fazer o suficiente para resolver os problemas ambientais do país. Ela estava no cargo desde 2006, ainda no governo de Néstor Kirchner, marido da atual presidente, Cristina Kirchner. O substituto da ministra será Homero Máximo Bibiloni, atualmente assessor jurídico da cidade de La Plata. Bibiloni tem forte relação com o governista Partido Justicialista (Peronista) e foi subsecretário do departamento de recursos naturais do Ministério do Meio Ambiente entre 2004 e 2006. Romina foi forçada a renunciar após não apoiar o veto de Cristina Kirchner, no mês passado, a uma lei que buscava proteger as geleiras do país, segundo a imprensa argentina. A lei proibia atividades que pudessem afetar as geleiras e foi revogada graças a preocupações com as "repercussões negativas no desenvolvimento econômico", segundo a presidente. A ambientalista ganhou espaço ao tornar-se uma das líderes na campanha para evitar a construção de duas grandes indústrias papeleiras no Uruguai, perto do rio que separa os dois países, no episódio conhecido como a Guerra das Papeleiras. Em 2006, Romina ganhou o conceituado Prêmio Sophie pelo seu ativismo. Rio Riachuelo No cargo, a ministra foi alvo de críticas por fechar várias plantas fabris, devido a violações ambientais. Ela também foi atacada por não despoluir o Rio Riachuelo, no sul de Buenos Aires. Neste ano, a Suprema Corte condenou a atuação do Ministério do Meio Ambiente no caso e estabeleceu um cronograma para a limpeza do rio, um problema que há décadas desafia várias administrações. A corte ameaçou punir Romina pessoalmente com multas, por não conseguir cumprir os prazos determinados dela decisão judicial. Ela ainda é alvo de uma investigação judicial por malversação de fundos do Ministério do Meio Ambiente. As informações são da Dow Jones.

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