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Parlamento europeu ignora ira de Pequim e presta homenagem ao Dalai Lama

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postado em 04/12/2008 16:38
Os deputados da União Européia (UE) prestaram nesta quinta-feira homenagem ao Dalai Lama e prometeram apoiá-lo em sua luta pela autonomia do Tibete, provocando a ira da China dois dias antes de seu encontro na Polônia com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Aplaudido várias vezes durante seu discurso de meia hora no Parlamento Europeu, o líder espiritual tibetano insistiu em sua luta pacífica pela autonomia, e não pela independência, do Tibete, e em seu desejo de diálogo, apesar da ausência de resultados. "Acredito cada vez menos" na vontade do governo chinês de negociar seriamente com os tibetanos, declarou o Dalai Lama, lamentando que os "partidários da linha-dura" estejam se impondo aos moderados em Pequim. "Contudo, continuo confiando no povo chinês. Muitos intelectuais e estudantes chineses nos apóiam e criticam a política do governo", acrescentou. "A China quer, e merece, ser uma grande potência. Ela tem a potência humana, militar e econômica, mas lhe falta a autoridade moral, devido ao péssimo balanço que ostenta em matéria de direitos humanos", prosseguiu. O presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pottering, afirmou ao Dalai Lama que a UE "continuará a defender o direito do povo tibetano de viver sua cultura e sua religião". "Se parássemos de lutar por esses princípios, desistiríamos de nós mesmos", ressaltou. Pottering pediu aos dirigentes chineses que provem que não retomaram as negociações com os representantes do Dalai Lama em agosto "unicamente por causa das Olimpíadas". O presidente Sarkozy deve se encontrar com o Dalai Lama, Prêmio Nobel da Paz em 1989, neste sábado na Polônia. "Já conheci a mulher do presidente, e me alegro de ter agora a oportunidade de conversar com seu marido", brincou o líder tibetano, que se encontrou com Carla Bruni em agosto. O Dalai Lama foi recebido quarta-feira pelo primeiro-ministro belga, Yves Leterme, e ainda deve se encontrar com os primeiros-ministros Donald Tusk (Polônia) e Mirek Topolanek (República Tcheca) antes de sair da Europa, na próxima quarta-feira.

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