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Pentágono oficializa importância estratégica da 'guerra não convencional'

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postado em 04/12/2008 18:03
O Pentágono oficializou em uma diretriz a importância estratégica da "guerra não convencional" contra insurgentes e terroristas, que colocou no mesmo plano da "guerra convencional" entre Estados. Segundo este documento, assinado segunda-feira pelo vice-secretário da Defesa, Gordon England, "a guerra não convencional é estrategicamente tão importante quanto a guerra tradicional". O texto também afirma a necessidade de "melhorar as competências do Pentágono em matéria de guerra não convencional". Este tipo de conflito inclui as atividades de contra-terrorismo e de contra-insurreição, e as "operações de estabilidade" em "países frágeis", agora definidas como "missões-chave". A diretriz preconiza "manter capacidades permitindo ao departamento da Defesa ser tão eficiente em matéria de guerra não convencional quanto em matéria de guerra convencional". Entre as missões incluídas nesta diretriz de 12 páginas, Washington tem que se esforçar para consolidar as capacidades militares dos países aliados, apoiar as nações ameaçadas por adversários "não convencionais", e "criar um ambiente estável e seguro nos Estados frágeis" para impedir a formação de santuários extremistas. A diretriz "codifica os papéis e as responsabilidades", comentou Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono. Esta reorientação já fora formulada em meados deste ano em um documento oficial intitulado "Estratégia da Defesa nacional", aprovado pelo secretário da Defesa, Robert Gates. "No futuro, ganhar a guerra não convencional contra os movimentos extremistas e violentos será o objetivo central dos Estados Unidos", destacaram os autores daquele relatório. Gates defendera no fim de julho esta nova estratégia, reprovada por alguns militares, que temem que ela leve ao sacrifício da supremacia convencional das Forças Armadas dos Estados Unidos, num momento de crescimento do poderio militar de países como a China e a Rússia. Segundo o secretário da Defesa, os programas de armas convencionais monopolizam o orçamento do Pentágono, enquanto que as novas exigências impostas pela guerra não convencional não são suficientemente levadas em conta.

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