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Pessimismo no reinício das negociações sobre programa nuclear norte-coreano

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postado em 08/12/2008 09:18
PEQUIM - Altos funcionários de seis países iniciaram nesta segunda-feira (08/12) em Pequim uma nova rodada de discussões sobre o fim do programa nuclear da Coréia do Norte, em um ambiente de pessimismo sobre as perspectivas de progresso. As discussões representam o último esforço do governo do presidente americano George W. Bush para obter avanços em uma de suas intermináveis iniciativas diplomáticas. As esperanças de alcançar progressos ficaram comprometidas pela oposição norte-coreana a que os inspetores retirem mostras atômicas de suas instalações. "Temo que nenhum de meus interlocutores tenha qualquer otimismo quanto às perspectivas das discussões das seis partes", afirmou o chefe dos delegados sul-coreanos, Kim Sook, antes do início da sessão com os representantes de China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Estados Unidos, Japão e Rússia. Ele disse ainda esperar que os norte-coreanos não usassem táticas para adiar as decisões até a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em janeiro. O chefe dos negociadores americanos, Christopher Hill, também manifestou expectativas modestas. "Nós nos preparamos bem para as reuniões e veremos se é possível fazer algo. Não estamos tentando resolver todos os problemas", disse. "Como todas as reuniões das seis partes, será uma negociação difícil", acrescentou. As discussões tiveram início apesar da aparente recusa de Pyongyang de aceitar a presença de representantes de Tóquio. A Coréia do Norte anunciou sábado que não reconheceria a participação do Japão pela recusa nipônica em fornecer ajuda dentro de um acordo que oferecia aos norte-coreanos energia e concessões diplomáticas, em troca do fim do programa nuclear. As negociações devem discutir fundamentalmente uma forma de verificar a declaração norte-coreana sobre suas instalações nucleares. Em 2007, a Coréia do Norte assinou um acordo para desativar a usina nuclear de Yongbyon e revelar as atividades atômicas, em troca de uma ajuda em termos de energia elétrica. No entanto, o Japão reteve sua parte no acordo até a Coréia do Norte entregue um relatório completo sobre os cidadãos japoneses seqüestrados pelo regime comunista durante a Guerra Fria. Pyongyang admitiu que capturou alguns japoneses para treinar seus espiões e em 2002 permitiu que cinco deles retornassem para sua pátria. As autoridades norte-coreanas insistem que os demais já morreram, mas Tóquio acredita que estão vivos.

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