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Para ONGs, conversas sobre clima estão em ritmo 'lento'

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postado em 08/12/2008 15:24
Poznan, Polônia - Os negociadores da 14ª Conferência do Clima das Organização das Nações Unidas (ONU), em Poznan, na Polônia, trabalhavam nesta segunda-feira (08/12) para resolver as diferenças em relação a um acordo para proteger as florestas do mundo e pressionar os países industriais a reduzir suas emissões de carbono. O principal funcionário da ONU para o clima, Yvo de Boer, disse que as conversas progrediam, apesar de temas "problemáticos". Porém, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) descreviam as negociações como "lentas" e afirmaram que as conversas sobre alguns temas inclusive "regrediam". "É frustrante", disse Stephanie Tunmore, do grupo ambientalista Greenpeace. "Eles não fizeram qualquer progresso na última semana." Quase 190 países estão representados na conferência para a discussão de um tratado para controlar o aquecimento global, com a regulação da poluição e da emissão de gases causadores do efeito estufa. Além disso, a intenção é auxiliar países pobres a lidar com os efeitos da mudança climática, dos níveis crescentes dos rios até mais tempestades severas, secas e enchentes. A previsão é que o acordo seja concluído em dezembro de 2009, em Copenhagen, na Dinamarca. O texto substituiria o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012 e requer que os países industrializados cortem as emissões, sobretudo de indústrias pesadas e veículos. Hoje, um acordo sobre recompensas a países tropicais para a preservação das florestas estava emperrado no comitê, enquanto os delegados debatiam questões técnicas, como por exemplo, a forma de se medir o desmatamento. Até isso estar resolvido, a convenção não poderá discutir como financiar a conservação. Os cientistas apontam que o desmatamento é responsável por 20% das emissões de gás carbônico causadas pelo homem, já que as plantas utilizam esse gás em seus processos de alimentação. Emissões de gás carbônico Está também em discussão a exigência de que os países mais industrializados reduzam as emissões de gás carbônico entre 25% e 40% até 2020, tomando como base os valores registrados em 1990. Sob o Protocolo de Kyoto, 37 países devem diminuir a poluição a uma média de 5%, em relação aos níveis de 1990. De Boer afirmou que as delegações discutem a idéia de incorporar esquemas de seguros no tratado, com prêmios aos países que tomarem medidas para reduzir os riscos de grandes desastres climáticos. Isso poderia incluir ações como construir barreiras no mar e reforçar residências contra furacões. A proposta dos seguros foi levantada por Tuvalu, uma ilha ameaçada de extinção pelo aumento do nível do Oceano Pacífico. Crise financeira A crise econômica global trouxe um novo elemento para as conversas, com os delegados debatendo sobre como levantar centenas de bilhões de dólares, necessários anualmente para países em desenvolvimento se adaptarem à mudança climática e reduzirem o ritmo das emissões de gases causadores do efeito estufa.

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