postado em 10/12/2008 17:24
Nem o partido que está no poder e nem a oposição asseguraram votos suficientes para vencer a eleição presidencial de maneira clara em Gana, de acordo com os resultados divulgados nesta quarta-feira (10), o que levou a um impasse em uma das poucas democracias estáveis da África.
Nana Akufo-Addo, do Novo Partido Patriótico, recebeu 49,1% dos votos, apenas 1% menos do que precisava para ganhar as eleições no primeiro turno. O candidato opositor, John Atta Mills, do Congresso Democrático Nacional, fez das mudanças sua plataforma de campanha, argumentando que o crescimento do país não foi sentido nas carteiras da população. Ele recebeu 47,9% dos 8,6 milhões de votos.
A corrida presidencial transformou-se num referendo para o incrível crescimento econômico de Gana. Os investimentos estrangeiros cresceram 20 vezes e as exportações mais do que dobraram desde que o atual partido governista tomou o poder, há oito anos.
O segundo turno será realizado no dia 28 de dezembro, disse Kwadwo Afari-Gyan, presidente da Comissão Eleitoral. Os líderes da oposição comemoraram várias vezes a vitória com seus correligionários após a votação de domingo, chegando até mesmo a fazer coletivas de imprensa, o que é proibido pelo protocolo eleitoral.
Os correligionários do Congresso Democrático Nacional comparam o partido governista do país ao Partido Republicano dos Estados Unidos, afirmando que ambos favorecem grandes corporações à custa dos homens comuns. O partido de Gana que está no poder e o norte-americano têm um elefante como símbolo.
Apesar das tensões entre correligionários dos dois partidos e de casos isolados de violência nas zonas eleitorais no interior do país, observadores da Fundação Jimmy Carter disseram que a eleição foi um exemplo. Monitores da União Européia e da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano (ECOWAS, na sigla em inglês), também disseram que o pleito foi justo e transparente.