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Chega a 775 total de mortos por cólera no Zimbábue

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postado em 10/12/2008 18:40
Subiu para 775 o total de mortos pelo surto de cólera no Zimbábue nos últimos dias, quando foram registrados 16.141 casos da doença, informou nesta quarta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU). Na semana passada, o governo zimbabuano declarou emergência sanitária, por causa do surto de cólera e da falência dos serviços públicos de saúde. Os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) registram um salto de quase 200 mortes em comparação com ontem. Na terça-feira, a agência humanitária da ONU registrou 595 mortos e quase 14 mil casos Acredita-se que a epidemia de cólera iniciada em agosto se alastrou por causa da precariedade do sistema de saúde e da infra-estrutura de saneamento básico no país africano. De acordo com Sikhanyiso Ndlovu, ministro de Informação do Zimbábue, a epidemia está "sob controle". No entanto, agências humanitárias têm advertido que a previsão de mais chuvas para a região ameaça disseminar ainda mais o cólera por uma população já enfraquecida pela doença e pela fome. O surto também causa preocupação nos vizinhos do Zimbábue. A África do Sul tem cuidado de dezenas de vítimas zimbabuanas que cruzam a fronteira em busca de ajuda. Recentemente, quase 500 casos de cólera foram diagnosticados na África do Sul, e já foram registradas nove mortes. Presidente O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, sofre crescente pressão por causa da crise de saúde e também pelo impasse na política do país. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediram que Mugabe, de 84 anos, deixe o poder. Mugabe comanda o país desde 1980. Houve um acordo para a divisão do poder no país em setembro. Porém Mugabe e o líder oposicionista, Morgan Tsvangirai, não chegam a uma fórmula para dividir os postos do gabinete, mantendo o impasse político. Em Oslo, na Noruega, o prêmio Nobel da Paz Martti Ahtisaari criticou Mugabe, ao dizer que a comunidade internacional fracassou na obrigação de intervir no Zimbábue, quando algo "saiu terrivelmente errado, como saiu". "Ele (Mugabe) era a esperança do continente africano quando o Zimbábue nasceu em 1980. Como esse desejo pelo poder absoluto fez alguém agir da maneira como ele agiu? Eu me sinto muito triste por isso", disse o laureado com o Nobel.

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