postado em 11/12/2008 13:26
WASHINGTON - Uma equipe de cientistas americanos e uruguaios pode ter encontrado uma forma de prolongar a vida de pacientes que sofrem de esclerose lateral amiotrófica (ELA), mais conhecida como doença de Lou Gehrig, mal neurodegenerativo incurável, adiando seus primeiros sintomas.
Em um estudo publicado no americano Journal of Neuroscience, pesquisadores da Universidade de Wisconsin descobriram que, ao aumentar a quantidade de uma proteína, chamada Nrf2, o tempo de vida dos doentes pode ser prolongado, com menos interferência dos sintomas.
"O estudo permite identificar o que acreditamos ser o potencial objetivo de um tratamento extremamente importante, que pode ter um efeito determinante para pacientes de ELA no futuro", declarou um dos principais autores do trabalho, Jeffrey Johnson.
"Quando ativada, (a Nrf2) controla centenas de outras proteínas que protegem as células da pressão oxidante, que é associada à progressão das doenças degenerativas", explicou Johnson. Os experimentos em curso avaliam o mesmo mecanismo para os males de Alzheimer, Parkinson e Huntington com "resultados muito promissores", acrescentou.
A doença de Lou Gehrig não tem cura, provocando principalmente dificuldades motoras e problemas respiratórios. Afeta quase duas em cada 100.000 pessoas no mundo, como o célebre físico britânico Stephen Hawking e o jogador de beisebol americano que dá nome ao mal.
Na pesquisa, os cientistas criaram ratos geneticamente modificados com células chamadas "astrócitos", que produzem a proteína Nrf2. Os astrócitos presentes no sistema nervoso central geralmente são ativados em situações patológicas e interagem com os neurônios.
Os pesquisadores determinaram que aumentar a Nrf2 nos astrócitos pode também proteger os neurônios de "estresse crônico", como o que se manifesta com a ELA. O início da doença foi adiado em 17 dias nos ratos geneticamente modificados, e os doentes sobreviveram 21 dias além de sua esperança de vida normal de 120 dias.