postado em 13/12/2008 08:06
Manifestantes gregos voltaram a usar coquetéis molotov e pedras contra a polícia no lado de fora do Parlamento da Grécia nessa sexta-feira, no sétimo dia de protestos violentos após a morte de um adolescente baleado por um agente. A tropa de choque usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que exibiam cartazes com os dizeres ;o Estado mata; e ;o governo é culpado de assassinato;. Sob pressão extrema para deixar o cargo, o primeiro-ministro Costas Karamanlis rejeitou a idéia de renunciar. Disse que o país pode garantir a segurança dos cidadãos e que está cumprindo com suas necessidades de financiamento.
;Todos acham que esse governo que mata precisa cair. O governo, em quatro anos, só levou a cabo reformas contra os estudantes;, disse a manifestante Maria Tsoupri, de 22 anos, em Atenas. ;Não vemos um futuro. Só temos um futuro por meio da luta.; Os protestos eclodiram no sábado, logo depois da morte de Alexis Grigoropoulos, de 15 anos, atingido por um disparo policial. O agente que atirou não teve nem prisão preventiva decretada. Para piorar a situação de Karamanlis, a economia grega enfrenta muitas dificuldades em meio à crise global ; 20% da população vive em situação de pobreza.
Desde o início dos distúrbios, a polícia deteve 258 pessoas, sendo 202 gregos e 56 estrangeiros. Fontes da polícia disseram que começa a faltar gás lacrimogêneo, após mais de 4,6 mil cápsulas terem sido usadas na última semana, e que Israel e Alemanha foram contatados para ajudar no abastecimento. Em Paris, cerca de 300 manifestantes bloquearam parcialmente uma das avenidas principais da capital francesa, a Champs-Elysées, em protesto contra a morte de Grigoropoulos.