postado em 20/12/2008 07:54
QUITO - O presidente do Equador, Rafael Correa, negou na noite desta sexta-feira a adoção de um feriado bancário na próxima segunda, que daria início ao fim da dolarização no país.
"No dia de hoje, lamentavelmente, ocorreram vários rumores sobre um feriado bancário, a partir da próxima segunda-feira, e do fim da dolarização da economia, mas isto é absolutamente falso", declarou o presidente em entrevista coletiva, no Palácio de Carondelet.
Correa disse que "há irresponsáveis, derrotados nas urnas, que diante da grave crise que enfrentamos lançam boatos, sem nenhuma ética, para prejudicar o país, criar uma crise financeira e desestabilizar um governo de mudança".
Segundo o presidente, os boatos também são fomentados pelos bancos privados, que tentam pressionar o governo a não adotar a nova lei financeira e as reformas tributárias aprovadas pela Comissão Legislativa de transição.
A nova legislação prevê um maior controle das autoridades reguladoras sobre os bancos privados.
A dolarização foi adotada em março de 2000, para conter a grande desvalorização do sucre (moeda nacional que desapareceu) e a disparada dos preços.
No início da semana, o Equador declarou moratória técnica do pagamento de 30,5 milhões de dólares em juros de seus bônus Global que venciam no dia 15 de dezembro, após anunciar que não pagaria parte da dívida externa do país.
Vencia também na segunda-feira o prazo de depósito de 30,4 milhões de dólares referentes aos bônus Global 2015, que igualmente foi ignorado. Com isso, o total do calote chegou a 61 milhões de dólares.
Correa diz que está preparando "uma proposta de reestruturação" do débito que inclui "um ótimo desconto", e qualifica "grande parte da dívida" externa de "imoral e ilegítima...".
Na sexta-feira passada, o presidente socialista decretou oficialmente a suspensão do pagamento de quase 40% da dívida externa equatoriana, alegando "irregularidades" no momento de sua renegociação.