postado em 29/12/2008 09:58
DACCA - Bangladesh encerrará nesta segunda-feira (29/12) dois anos de um governo de transição apoiado pelo exército, com eleições que as autoridades apresentaram como os mais democráticos na história do país, apesar de suas veteranas candidatas ainda terem de prestar contas à justiça.
Esta nação laica extremamente pobre do sudeste asiático, de maioria muçulmana, celebra suas primeiras eleições em sete anos, em meio a uma mobilização de segurança sem precedentes para evitar qualquer atentado ou irregularidade nas urnas.
Mais de 50 mil militares foram mobilizados e, nesta segunda-feira, se juntarão a eles outros 600.000 policias e militares. Nas vésperas das eleições, as autoridades detiveram 23 supostos militantes islamitas no país, golpeado nos últimos anos por uma série de atentados.
Quanto à transparência das eleições, a comunidade internacional comemorou os esforços de Dacca, que eliminou das listas eleitorais 13 milhões de eleitores 'fantasma'.
O atual regime, liderado pelo ex-governador do banco central, Fajruddin Ahmed, está no poder desde janeiro de 2007, quando o exército impôs o estado de exceção e cancelou as eleições depois de meses de violência política.
Com estas eleições, a nação, de 144 milhões de habitantes, espera não apenas deixar para trás esta etapa, mas também superar de uma vez por todas um período de 40 anos de golpes de Estado e violência.
Mas seus candidatos são caras conhecidas do eleitorado. As duas mulheres que dominaram a cena política de 1991 a 2006, Jaleda Zia, do Partido Nacionalista de Bangladesh (direita), e sua grande rival, Cheij Hasina Wajed, presidente da Liga Awami (formação laica de centro-esquerda), voltarão a lutar pela vitória.
Zia e Hasina, duas sexagenárias, são herdeiras de grandes dinastias políticas. Um terceiro candidato, o ex-dirigente militar Hussain Muhammad Ershad, expulso em 1990 e detido depois por corrupção, pode se tornar peça chave em caso de resultado apertado entre as duas favoritas.