postado em 29/12/2008 13:57
BEIRUTE - O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, afirmou nesta segunda-feira (29/12) que apóia o apelo feito por dirigentes do movimento islamita Hamas aos palestinos para uma terceira intifada (revolta) contra Israel.
"Somo minha voz à dos dirigentes palestinos que pedem uma terceira intifada", afirmou o líder xiita em discurso divulgado num telão para milhares de pessoas reunidas, atendendo a um apelo do Hezbollah, na periferia sul de Beirute, em apoio a Gaza.
Sábado, o líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal, havia pedido aos palestinos desencadear uma nova intifada, assim como retomar os atentados suicidas.
A primeira "intifada", a "revolta" civil que começou no final de 1987, foi concluída com os acordos de Oslo, em 1993, que levaram à criação da Autoridade Palestina.
A segunda intifada designa o levantamento palestino que começou em setembro de 2000 e que foi progressivamente esmagado pelo exército israelense na Cisjordânia.
O chefe do Hezbollah também declarou que apelava "de maneira pacífica a uma mudança da posição egípcia". No domingo, Hassan Nasrallah havia convocado o povo egípcio a tomar as ruas "aos milhões" para forçar seu governo a abrir a passagem de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza.
"Que o povo (egípcio) saia aos milhões às ruas", disse Nasrallah, no discurso transmitido em um telão para milhares de pessoas reunidas em um reduto do partido xiita, no subúrbio do sul de Beirute. "A polícia egípcia pode matar milhões de egípcios? Povo do Egito, abra o terminal de Rafah com a força de seus corpos", insistiu.
"Não estou convocando um golpe de Estado no Egito, mas (...) se vocês (os dirigentes egípcios) não abrirem o terminal de Rafah, se não ajudarem o povo palestino, serão cúmplices do massacre e do bloqueio", acrescentou o chefe do Hezbollah.
"O regime egípcio não deve se beneficiar da guerra para pressionar o Hamas", ressaltou o líder do movimento, que tem prestígio popular entre os árabes por suas vitórias contra o Exército israelense na guerra do verão boreal de 2006, no Líbano.
O líder do Hezbollah havia denunciado também a "cumplicidade total de alguns regimes árabes e, em especial, os que firmaram uma suposta paz" com Israel.