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Revolução chega aos 50 anos em Cuba

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postado em 01/01/2009 09:42
A Avenida dos Presidentes se chama assim porque ali se perfilavam estátuas dos ditadores que se alternaram no poder quando Cuba era um protetorado americano, entre a independência da Espanha, em 1898, e a Revolução de 1959. Depois da Revolução, que completa 50 anos nesta quinta-feira (01/01), as estátuas foram arrancadas. Hoje a larga calçada no meio da avenida é ocupada por jovens que vêm passar a noite tocando violão, conversando e tomando sorvete e rum, sob o olhar de policiais fardados e à paisana. Com seus cortes de cabelo, roupas, atitudes e conversas, esses netos da Revolução não a lembram em nada, e se parecem com os jovens de qualquer país latino-americano. Muitos deles exibem as longas franjas dos ;emos; - termo que vem de ;emocionais;, e se refere ao cultivo da sensibilidade e do sofrimento. A moda chegou em julho a Havana. Mas, para a maioria dos jovens da Avenida dos Presidentes, que exalam a alegria característica dos cubanos, é apenas um corte de cabelo. Quando se pergunta se são ;emos;, eles balançam a cabeça rindo, e mostram os braços, para provar que não se automutilam. Quanto ao que acham da vida sob a Revolução, as reações são variadas. ;Cuba é a melhor coisa que se poderia ter inventado;, diz Ramiro, um mecânico de 20 anos. ;Somos revolucionários.; Outros são mais sutis. ;Basta olhar ao redor para se dar conta;, sugere uma restauradora de 21 anos. ;Eu não gosto de viver em Cuba;, revela Amanda, de 16 anos, professora numa escola infantil. ;É uma pergunta muito dura, porque não conhecemos os outros países;, explica Yasnier, um pintor de 20 anos. ;Gostaria de poder viajar como todo mundo.;

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