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Raúl Castro discursa no mesmo local de onde Fidel declarou a vitória

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postado em 02/01/2009 07:54
SANTIAGO DE CUBA - O presidente cubano, Raúl Castro, presidiu na quinta-feira um ato comemorativo dos 50 anos da revolução cubana em Santiago de Cuba, cidade onde seu irmão, Fidel, proclamou o triunfo de seu grupo guerrilheiro cinco décadas atrás. Vestindo o tradicional uniforme verde oliva de general do exército, Raúl chegou ao Parque Céspedes, sede do ato, acompanhado por outros dirigentes históricos da revolução, muito aplaudidos pelos 3 mil convidados presentes. Um grande cartaz vermelho escrito em letras brancas anunciava: "50º Aniversário da Revolução Vitoriosa". O ato começou com a projeção do documentário "Ode à Revolução", do cineasta Roberto Chile. Um discurso de Asela de los Santos, dirigente histórica do Partido Comunista cubano, e a apresentação de vários artistas estão no programa do evento antes do discurso de Raúl. Raúl Castro afirmou que a revolução sobreviverá por mais 50 anos, mas advertiu que será também um período de luta permanente. As festividades pelo aniversário da revolução aconteceram num momento em que Cuba enfrenta grandes desafios econômicos e sofre as consequências de três fortes furacões que passaram pela ilha no ano passado. O grande ausente do ato foi Fidel Castro, que teve a imagem divulgada em vários cartazes espalhados pelo parque. Antes, Fidel Castro havia felicitado o "heróico povo" pelo aniversário dos 50 anos da revolução, numa curta mensagem publicada na primeira página do jornal oficial Granma. "Ao completar-se dentro de poucas horas os 50 anos da Vitória, felicito o nosso povo heróico", disse Castro, de 82 anos, afastado do poder desde julho de 2006 por uma crise de saúde. O presidente cubano Raúl Castro afirmou que a revolução comunista lançada há 50 anos em Cuba pelo irmão Fidel não fracassou como pensam os Estados Unidos, mas previu novos tempos ainda difíceis para os cubanos. "Não tivemos paz e tranquilidade", declarou Raul Castro em pronunciamento feito pela televisão antes do início das comemorações propriamente ditas dos 50 anos da revolução. "O inimigo diz que o socialismo fracassou, por que não nos deixa em paz?". Raúl Castro pediu aos cubanos orgulho por terem sabido enfrentar o embargo dos Estados Unidos. "Se há um povo capaz de encarar situações como esta é o nosso", repetiu. A revolução marxista, considerou, "trouxe numerosos pontos positivos, mas, ao mesmo tempo, apresenta problemas que deveremos confrontar". Segundo o presidente, os principais desafios são, principalmente, a produção de alimentos e as exportações, que devem ser aumentadas. "O sentimento de alegria é imenso", disse Raúl Castro antes do pronunciamento em Santiago. "Mas deveremos fazer ainda mais". "Não se deve acreditar que daqui para a frente tudo será fácil. Talvez seja ainda mais difícil", previu.

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