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Putin e número um da Gazprom discutem crise do gás com a Ucrânia

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postado em 05/01/2009 13:58
MOSCOU - O poderoso primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, tem reunião prevista para esta segunda-feira (05/01) com o número um da Gazprom, estatal que detém o monopólio do gás russo, para discutir a crise do gás com a Ucrânia que está afetando a fornecimento da União Européia (UE). Putin se reunirá com o presidente da Gazprom, Alexei Miller, para conversar sobre o conflito que gerou o corte dos envios de gás para a Ucrânia no dia do ano-novo, por uma dívida que, segundo Moscou, passa de dois bilhões de dólares. O vice-presidente da Gazprom, Alexander Medvedev, em visita a Paris, acusou nesta segunda-feira a Ucrânia de roubar 50 milhões de metros cúbicos de gás e reter o escoamento do produto à Hungria, Polônia e Romênia no quinto dia de interrupção do fornecimento a Kiev. "O volume total de gás retido, ou melhor dizer claramente, gás roubado, é de 50 milhões de metros cúbicos. É uma quantidade significativa", disse Medvedev em entrevista à imprensa nos escritórios da Gazprom em Paris. Os contratos negociados pela empresa RosUkrEnergo para fornecer gás a Hungria, Polônia e Romênia não estão sendo cumpridos pela Ucrânia, acrescentou Medvedev. A Ucrânia recorreu à justiça em Kiev para tentar invalidar um acordo sobre o trânsito de gás russo por seu território, indicou nesta segunda-feira o ministério ucraniano da Energia. A UE enviou uma delegação a Kiev para discutir a situação, incluindo Martin Riman, ministro da Indústria e Comércio da República Tcheca, país que exerce atualmente a presidência rotativa do bloco. Seis países da UE -República Tcheca, Hungria, Romênia, Polônia, Bulgária e Eslováquia- e a Croácia registraram quedas no fornecimento de gás russo, mas garantem que, por enquanto, possuem reservas suficientes. A Ucrânia advertiu sábado que, se o conflito não for resolvido, a UE poderá ter sérios problemas daqui a dez dias. A Ucrânia é a principal rota de trânsito do gás russo para a UE, que depende de Moscou para um quarto de suas necessidades total do hidrocarboneto.

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