postado em 05/01/2009 17:09
Israel está procurando um mecanismo internacional para evitar que o grupo extremista Hamas se rearme como parte de qualquer acordo para pôr fim à ofensiva na Faixa de Gaza. O Estado judeu também quer interromper os disparos de foguetes palestinos, disseram hoje funcionários do governo. Desde domingo, Israel tem se engajado em intensivas discussões com seus aliados, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e alguns Estados árabes, para esboçar um possível acordo com a Faixa de Gaza.
Esforços diplomáticos para encerrar os 10 dias de ofensivas israelenses no território palestino estão em alta hoje, com as visitas à região do presidente da França, Nicolas Sarkozy, seu ministro de Relações Exteriores, Bernard Kouchner, e uma delegação de ministros europeus.
"Nós entendemos que para manter a calma no sul, uma calma que precisa ser tanto sustentável como real, os agentes vão ter um papel importante a desempenhar", disse o porta-voz do governo israelense, Mark Regev, à agência France Presse. "Há um amplo consenso internacional que apoia o objetivo de Israel libertar a população civil no sul dos temores diários de foguetes do Hamas vindos de Gaza. Sob o princípio fundamental de objetivo comum, Israel está energicamente comprometido com amigos e aliados externos."
Israel esboçou três "princípios fundamentais" necessários para pôr fim às ofensivas terrestres e aéreas, segundo um graduado funcionário do governo. Elas incluem "destruição substancial" do poderio militar do Hamas e o impedimento do grupo de disparar foguetes contra o sul de Israel. O terceiro princípio é a criação de um mecanismo que irá impedir o Hamas de se rearmar por meio de túneis, que servem de via de contrabando, entre a Faixa de Gaza e o Egito, disse o funcionário governamental.
Israel mantém um forte bloqueio na Faixa de Gaza há mais de 18 meses, levando alguns dos 1,5 milhão de habitantes a cavar uma rede de túneis em direção ao Egito para conseguir comida e suplementos básicos. Grupos armados palestinos usam alguns desses túneis para contrabandear armas e munições.
Outro graduado funcionário do governo israelense disse que Israel rejeita incluir o Hamas em qualquer acordo futuro na Faixa de Gaza, já que o grupo radical rejeita o direito de existência do Estado judeu. "O acordo precisa ser imposto ao Hamas. O Hamas não é um parceiro na medida em que não aceita as três condições internacionais de reconhecer o direito de existência de Israel, a renúncia à violência e a adesão a acordos anteriores entre Israel e os palestinos", disse ele. As informações são da Dow Jones.