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Um quarto do gás da UE é importado da Rússia

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postado em 06/01/2009 13:01
PARIS - Um quarto do gás consumido pela União Europeia (UE) vem da Rússia, a maior parte por meio da Ucrânia, motivo pelo qual os 27 países membros do bloco europeu estão no meio do litígio entre russos e ucranianos sobre o abastecimento gasífero. O fornecimento de gás russo para os países da Europa central e oriental registrava nesta terça-feira uma queda significativa, de cerca de 10% do volume previsto. Áustria, Bulgária, Eslováquia, Hungria, Romênia, Croácia e Grécia são os mais afetados. Ao todo, 57% do gás consumido pela UE são importados; deste montante, 41% são comprados da Rússia (cujo volume representa 24% do consumo total da UE, 21% é comprado da Noruega (15% do consumo total) e 18% vêm da Argélia (11% do total), de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE). O consumo da UE em 2007 foi de 505 bilhões de metros cúbicos, uma queda de 1,5% em relação ao ano anterior, segundo a federação européia de indústrias do gás (Eurogas). Os maiores consumidores do continente são Grã-Bretanha, Alemanha e Itália. Em 2005, o gás natural representou 25% do consumo energético da UE, enquanto o petróleo respondeu por 37%, o carvão por 18% e as centrais nucleares, por 14,3%. A Eurogas prevê que o consumo de gás europeu aumente 43% entre 2005 e 2030. As reservas gasíferas europeias garantem 60% da demanda interna dos 27 países do bloco, incluindo a produção norueguesa. No entanto, a oferta interna de gás da UE diminui ano após ano - sobretudo a da Grã-Bretanha, maior produtor da UE junto com a Holanda -, e será equivalente a apenas um terço do consumo total do continente em 2020 e um quarto em 2030, segundo projeções da Eurogas. A dependência européia do gás russo aumenta de forma exponencial. O rápido desenvolvimento do mercado de gás natural liqüefeito (GNL) - que pode ser transportado por via marítima, sem a necessidade de gasodutos - permite diversificar as fontes de importação e armazenamento. As importações de GNL (que deve ser regasificado para o uso) representavam em 2007 13% da demanda européia. Os principais fornecedores desse tipo de gás para a Europa são Argélia, Líbia, Catar e Nigéria. A Europa deve duplicar este ano sua capacidade de regasificação, e a médio prazo o GNL pode responder por até 25% de sua demanda energética, indicou a AIE em seu relatório anual de 2008 sobre o mercado gasífero.

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