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Hamas e grupos palestinos em Damasco rejeitam iniciativa egípcia para Gaza

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postado em 08/01/2009 16:09
O movimento radical islâmico Hamas e outros grupos palestinos baseados em Damasco rejeitaram nesta quinta-feira a iniciativa egípcia para o fim das hostilidades em Gaza, afirmando que ela servirá apenas para permitir que Israel "prossiga com sua agressão". "As organizações palestinas, principalmente o Hamas, não vêem na iniciativa egípcia uma base válida para a solução da crise", declarou à AFP Khaled Abdel-Majid, líder da Frente pela Liberação da Palestina (FLP) e porta-voz dos grupos palestinos baseados na capital síria. O líder do Hamas, Khaled Mechaal, também vive exilado em Damasco. Como explicou Abdel-Majid, essa posição foi definida em reuniões entre oito movimentos palestinos baseados em Damasco, entre eles Hamas e Jihad Islâmica. "A iniciativa franco-egípcia não contribui para encontrar uma solução porque ameaça a resistência e a causa palestina, permitindo ao inimigo prosseguir com sua agressão", acrescenta o comunicado. Os movimentos "rejeitam a presença de forças e observadores internacionais em Gaza, porque isso se presta à defesa da segurança da ocupação e ao reforço do bloqueio sobre a resistência (palestina)". Além disso, os grupos pedem "o fim da agressão, a retirada (das forças israelenses de Gaza) sem demora, a suspensão do bloqueio e a abertura das passagens fronteiriças, principalmente a de Rafah", com o Egito. Por último, os signatários da nota se declaram "surpresos" pela participação de certas partes árabes no plano, cujo objetivo seria "asfixiar a resistência e acabar com nosso povo". Neste sentido, os grupos afirmam "não compreender" as razões pelas quais "o regime egípcio não abre a passagem de Rafah, a não ser que esteja comprometido com um plano sionista-americano". A iniciativa elaborada pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, em parceria com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, prevê "um cessar-fogo imediato e por período limitado" em Gaza, para permitir a abertura de corredores humanitários, a continuação dos esforços egípcios em prol de uma trégua permanente e medidas para garantir a segurança nas fronteiras da Faixa de Gaza antes de sua eventual reabertura. Israel indicou que o objetivo de sua ofensiva é obrigar o Hamas a parar com os disparos de foguetes da Faixa de Gaza contra seu território, que o grupo radical islâmico controla desde junho de 2007.

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