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Conselho dos Direitos Humanos da ONU não obtém projeto de resolução sobre Gaza

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postado em 09/01/2009 19:38
A primeira jornada da sessão extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o conflito em Gaza terminou nesta sexta-feira, em Genebra, sem acordo sobre um projeto de resolução. As discussões, que serão retomadas na segunda-feira, emperraram nos termos de uma condenação de supostas violações dos direitos humanos cometidas desde o início da ofensiva militar israelense em Gaza, no dia 27 de dezembro passado. No final da tarde desta sexta, foi apresentado um projeto de resolução "condenando firmemente" as operações militares israelenses em Gaza, por iniciativa de Cuba, Egito (em nome dos grupos árabe e africano) e Paquistão (em nome da Organização da Conferência Islâmica/OCI). O texto pede "o fim imediato dos ataques militares israelenses" contra a Faixa de Gaza e o "fim dos disparos de foguetes contra civis israelenses". O projeto representa um avanço em relação ao documento que circulou na quinta-feira, pois cita os disparos de foguetes dos grupos armados palestinos contra o sul de Israel, como desejavam vários países, entre eles os da União Européia. O principal ponto que emperra sua aprovação é a investigação pedida ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos sobre supostas violações dos direitos humanos cometidas durante a ofensiva israelense. Segundo o projeto de resolução, a investigação envolverá apenas as violações cometidas "contra palestinos pela potência ocupante israelense", sem se deter nos disparos de foguetes palestinos contra o território hebreu. Ao iniciar os debates nesta manhã, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navanathem Pillay, denunciou as "muito graves violações e pediu uma "investigação independente e transparente em Israel e nos territórios palestinos". Pillay advertiu que as violações de alguns direitos humanitários podem constituir "crimes de guerra". No total, 32 dos 47 Estados-membros do Conselho dos Direitos Humanos pediram esta reunião extraordinária sobre as graves violações dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, e inclusive a recente agressão na Faixa de Gaza ocupada.

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