postado em 11/01/2009 07:00
O telefone tocou ao meio-dia (8h em BrasÃlia) de ontem na casa do estudante Mo;min Tabash, em Khan Yunis. O palestino de 22 anos contou ao Correio que, do outro lado da linha, havia uma voz com sotaque árabe. "Comando do Exército israelense para a população dessa região: vocês devem saber que não são os alvos.
Os alvos são os militantes das forças do Hamas e todas as organizações terroristas palestinas. Vocês devem ficar longe desses militantes e seguir as instruções do Exército. Nós decidimos expandir a ofensiva e você deve se manter seguro", avisou o homem.
A 35km dali, um telefonema semelhante assustou o assistente social Adham Khalil, de 23 anos, morador do campo de refugiados de Jabaliya. "Eles alertavam que os militares ampliariam a operação e prometiam fazer mais", disse o rapaz, referindo-se a uma provável invasão por terra. O mesmo aviso estampava panfleto lançados pela primeira vez de aviões sobre a Cidade de Gaza.
Khalil relatou à reportagem que amigos viram helicópteros israelenses realizarem manobras sobre o bairro de Zeitun, na periferia. "Eles pareciam treinar o desembarque de tropas, por meio de cordas." Ele garantiu ter visto franco-atiradores israelenses dentro de Jabaliya. "Em nossa região, cerca de 10 balas foram disparadas hoje (ontem)."
Para o jornalista Khaled Loubbad, de 25 anos, uma ampliação da ofensiva israelense aumentará consideravelmente o número de civis mortos. "Israel pretende entrar na cidade por meio de cinco bairros periféricos", revelou. "Muitas casas serão destruÃdas. O Exército exige que nós ajudemos os soldados e abandonemos nossos lares." Loubbad disse acreditar que a invasão é iminente, previu operações militares mais extensas e admitiu a dificuldade para a imprensa local cobrir o conflito. "Tudo em Gaza está sendo alvejado. Não há um local sequer que seja seguro."
Escute a Ãntegra da entrevista com o jornalista palestino Khaled Loubbad, direto da Cidade de Gaza