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Rice e Livni assinam acordo sobre contrabando de armas em Gaza

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postado em 17/01/2009 09:40
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e a ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, assinaram nesta sexta-feira (16/01) um acordo bilateral que determina como prioridade o combate ao contrabando de armas para a Faixa de Gaza, como parte dos esforços para conseguir um cessar-fogo. O memorando do acordo "estipula os passos que serão dados por Estados Unidos e Israel para deter o fluxo de armas e explosivos para Gaza", explicou Rice. "O memorando que assinamos hoje é (...) um componente vital para o fim das hostilidades", acrescentou Livni. Embora não tenha detalhado o conteúdo do documento, a chanceler israelense indicou que o texto comprometia a Otan e falava principalmente do Irã. "São medidas específicas, destinadas a conter os carregamentos de armas em seu trajeto, trabalhando com a Otan e os países da região e melhorando a eficácia das medidas contra o Irã, que é o principal fornecedro destas armas", disse a chanceler israelense. Rice, que culpou o Hamas e seus ataques contra o sul de Israel pela ofensiva na Faixa de Gaza, disse que o memorando de entendimento deve garantir que "Gaza não volte a ser usada como trampolim" para o lançamento de foguetes. "É um memorando de entendimento bilateral com Israel, mas, segundo entendi, a chanceler Livni manterá esforços semelhantes com nossos colegas europeus", entre eles França, Grã-Bretanha e Alemanha, destacou a secretária americana. Rice, no entanto, foi prudente ao comentar a possibilidade de um cessar-fogo antes da posse de Barack Obama, no dia 20 de janeiro. "A agenda americana não é importante", explicou Rice. "Há muito trabalho pela frente, mas desde já espero que possamos levar isto adiante até uma conclusão ou um cessar-fogo, muito em breve". Os Estados Unidos se comprometem no documento a cooperar mais em matéria de segurança e informação com os países da região, além de empenhar "forças navais chaves" para prevenir o contrabando de armas na Faixa de Gaza. Washington, no entanto, promete apenas ajudar Israel em atividades de vigilância das rotas tradicionalmente utilizadas pelos contrabandistas. O texto destaca o Irã, afirmando que Israel e EUA buscarão "reforçar as sanções internacionais e os mecanismos existentes" contra os países "determinados a atuar como fontes de armas e explosivos para Gaza". O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, disse em uma cúpula árabe em Doha que não aceitaria nenhum cessar-fogo que não incluísse a retirada completa de Israel e a abertura das fronteiras da Faixa de Gaza, incluindo a passagem de Rafah, que liga o território palestino ao Egito.

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