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Divisão de poder no Zimbábue será debatida neste domingo

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O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, descartou a possibilidade de oferecer mais concessões nas negociações sobre a divisão de poder no país, acrescentando que esta será a última chance da oposição para integrar o governo de unidade nacional, de acordo com um jornal oficial. "Já passamos do ponto das negociações, e as concessões necessárias já foram feitas", disse Mugabe, segundo o Sunday Mail. Mugabe e o principal líder da oposição no Zimbábue, Morgan Tsvangirai, do Movimento pela Mudança Democrática, farão uma reunião neste domingo para discutir a implementação de um acordo sobre a divisão de poder assinado em setembro, mas que não progrediu desde então por um impasse sobre a divisão de cargos no gabinete do governo. "Esta é uma ocasião em que ou eles aceitam ou cancelamos", afirmou Mugabe, segundo o Sunday Mail. O acordo de divisão de poder prevê que Mugabe, 84 anos, seguirá como presidente do Zimbábue e que Tsvangirai ocupará o cargo de primeiro-ministro. Além disso, praticamente todos os cargos do gabinete serão distribuídos entre integrantes do partido de Mugabe. Tsvangirai - que retornou ontem ao Zimbábue após dois meses fora do país - disse que não será "forçado" a integrar o governo e rejeitou as propostas para dividir o controle do Ministério de Assuntos Internos, que o Movimento pleiteia. A pasta é responsável pela polícia local, acusada de sequestrar simpatizantes da oposição e de atos de extrema violência. O líder da oposição venceu o primeiro turno das eleições presidenciais em março do ano passado, mas abandonou a disputa final nas urnas devido à violência contra aqueles que o apoiavam.