postado em 19/01/2009 10:01
Jerusalém - As tropas israelenses deixarão a Faixa de Gaza antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que acontece nesta terça-feira em Washington, segundo funcionários israelenses que pediram anonimato. É a primeira indicação de que Israel planeja uma retirada rápida de suas forças, logo após anunciar no sábado um cessar-fogo unilateral na ofensiva militar iniciada em 27 de dezembro, contra os militantes do grupo militante islâmico Hamas. Mark Regev, porta-voz do governo, não confirmou o cronograma, mas disse que se Gaza permanecer tranquila, a retirada será "quase imediata".
Israel se mostra preocupado sobre possíveis mudanças na política do novo governo dos EUA, após oito anos de apoio incondicional do presidente George W. Bush. Obama disse que a paz no Oriente Médio será prioridade, mesmo com a crise econômica e as guerras no Iraque e no Afeganistão.
Israel revelou seu plano de retirada de tropas em um encontro ontem com líderes europeus que chegaram à região para tentar consolidar o frágil cessar-fogo, segundo funcionários israelenses. Estavam presentes líderes de Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Itália e República Checa.
O primeiro-ministro Ehud Olmert disse aos convidados que Israel não tinha a intenção de permanecer em Gaza, que tem 1,4 milhão de habitantes. A área foi desocupada por Israel em 2005, mas o país mantém controle sobre seu espaço aéreo e marítimo.
Israel terá eleições gerais no próximo mês e as pesquisas mostram que os líderes envolvidos na guerra ganharam apoio. O apoio interno à ofensiva foi muito alto, apesar das críticas internacionais.
Pelo menos 1.300 palestinos morreram por causa dos ataques de Israel, mais da metade deles civis, segundo as Nações Unidas, funcionários do setor de saúde em Gaza e grupos de defesa dos direitos humanos. Treze israelenses morreram, incluindo quatro soldados mortos em incidentes de fogo amigo.