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Após novo ataque, Paquistão fecha rota de suprimentos

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postado em 19/01/2009 10:36
Peshawar, Paquistão - O Paquistão fechou temporariamente uma rota de suprimentos para as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos Estados Unidos no Afeganistão. O motivo da interrupção desta segunda-feira (19/01) foi um ataque de insurgentes, que matou um soldado e feriu 14, o que pode ampliar os esforços para garantir vias alternativas de suprimentos no momento em que mais tropas norte-americanas devem ficar em território afegão. Não há previsão de quanto tempo a interrupção vai demorar. O aumento da atividade militante na Passagem Khyber levou a vários fechamentos temporários nos últimos meses. As forças da Otan e dos EUA no Afeganistão recebem cerca de 75% de seus suprimentos por rotas que cruzam o Paquistão, sendo a Passagem Khyber a principal delas. Os caminhões com combustível, alimentos e outros produtos enfrentam constantes ameaças de violência. Os militantes também já atacaram terminais de caminhões na cidade de Peshawar, perto da passagem. A região de Khyber é parte do cinturão tribal semiautônomo paquistanês, onde a Al-Qaeda e o Taleban têm bastante presença. O governo envia paramilitares para escoltar os comboios e lançou recentemente uma ação na área. No entanto, a atividade dos insurgentes continua. No mais recente ataque, militantes lançaram oito foguetes em um campo militar na área de Landikotal, no início do dia, segundo Fazal Mahmood, um alto funcionário do governo em Khyber. Um soldado morreu e 14 ficaram feridos. Um dia de toque de recolher foi imposto em Landikotal, enquanto as forças de segurança buscam militantes na vizinha área Khugi Khel, afirmou Mahmood. Controle da passagem A Passagem Khyber tem sido uma importante rota entre Paquistão e Afeganistão há séculos, fazendo de seu controle e segurança algo essencial para qualquer exército presente na região. A vulnerabilidade na área é algo crítico, especialmente no momento em que o número de soldados dos EUA no território afegão deve quase dobrar, chegando a 60 mil. Os membros das forças dos EUA e da Otan insistem que os ataques não prejudicaram muito suas operações. Porém, a Otan admite que busca novas rotas. Entre as vias consideradas está uma que passa por Rússia, Casaquistão e Usbequistão. No ano passado, a Rússia concordou em permitir que a Otan utilize seu território para as forças no Afeganistão receberem suprimentos. Entretanto, as negociações com os países da Ásia Central podem levar mais tempo que o inicialmente previsto.

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