postado em 19/01/2009 18:23
O presidente da Câmara dos Deputados italiana, Gianfranco Fini, qualificou nesta segunda-feira de "inaceitável" o motivo do Brasil para recusar a extradição à Itália do ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti, condenado em seu país à prisão perpétua por assassinato.
Em carta enviada a seu colega brasileiro, Arlindo Chinaglia, Fini disse que o motivo alegado pelo Brasil, o temor de que Battisti seja "perseguido" na Itália por suas opiniões políticas, é "totalmente inaceitável para um país profundamente democrático e de grande tradição jurídica como a Itália.
Fini também destacou que o Brasil "é o único país do mundo a ter concedido o estatuto de refugiado político a um cidadão italiano", e pediu às autoridades brasileiras que "reexaminem" sua decisão.
Sábado, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma "carta pessoal" a seu colega Luiz Inácio Lula da Silva, expressando sua "profunda surpresa" com a decisão brasileira de não extraditar Battisti.
O ex-ativista italiano foi condenado à revelia à prisão perpétua em 1993 por quatro homicídios cometidos na Itália nos anos 70. Ele se diz inocente.
Battisti se refugiou na França, onde ficou de 1990 a 2004. Naquele ano, as autoridades francesas acabaram com a "jurisprudência Mitterand", do nome do ex-presidente François Mitterand, que protegia da extradição os antigos membros da extrema-esquerda italiana, e Battisti fugiu para o Brasil. Ele foi preso no Rio de Janeiro no dia 18 de março de 2007.