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América Latina vê Obama com cautela e esperança

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postado em 20/01/2009 20:21
Cautela e esperança. Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, inspirou essas reações no dia de sua posse em países da América Latina, que observará com cuidado se o novo mandatário americano cumprirá as promessas de campanha. "Ninguém aqui tenha ilusões. Se trata do império norte-americano", afirmou hoje o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Segundo o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, os países da região esperam mais compreensão do novo mandatário americano. "Uma relação na qual ninguém tente impor seus termos e sejam buscados acordos e o consenso. Mais que uma mudança de tema, é uma mudança de estilo". "Espero que o novo presidente dos EUA, Obama, olhe a América Latina com um novo olhar, com um novo enfoque de respeito às democracias e aos processos de mudanças que marcham e avançam na nossa terra", disse Chávez, durante encontro com partidários na cidade de Barcelona, leste da Venezuela. "Adeus senhor Bush", afirmou o venezuelano, sem ironia, ao se referir ao ex-presidente dos EUA George W. Bush, do qual foi um rival e crítico implacável. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, desejou boa sorte a Obama. "Sabemos que a crise econômica e os efeitos sociais que ela provoca constituem um desafio gigantesco para o novo governo e, dado o peso dos EUA no mundo, lhe enviamos nossos melhores desejos de sucesso", disse. Nos mais remotos rincões do continente, não passou desapercebida a cor de pele do novo presidente americano. "A gente aqui se vê representada por Obama: imaginem um presidente afrodescendente no poder da maior potência mundial", disse o prefeito da cidade colombiana de Puerto Tejada, Elver Montaño - a maioria da população do município é negra. Entre os cubanos há otimismo. "Obama tem boas ideias e, além disto, fala muito de crianças, da pobreza", disse à AP Niurka Chávez, garçonete de um restaurante na capital cubana. "Ele pensa em aliviar o embargo a Cuba, abrir conversações com nosso presidente", disse o músico cubano Gerardo León.

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