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Obama tem agenda cheia em seu primeiro dia de trabalho

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Depois das comemorações relacionadas à posse, o presidente americano Barack Obama se encontrou na manhã desta quarta-feira no Salão Oval da Casa Branca diante da imensa tarefa de conter a crise econômica e encerrar duas guerras, e suas primeiras ligações como chefe de Estado foram para o Oriente Médio. Logo no início de seu primeiro dia de trabalho, Obama ligou para os dirigentes de Israel, Egito e Jordânia, assim como para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, informou a Casa Branca. Abbas anunciara pouco antes ter recebido a primeira ligação telefônica de Obama para um dirigente estrangeiro. Obama deixou a Casa Branca por cerca de duas horas pela manhã para cumprir uma antiga tradição: um ofício religioso na majestosa catedral de Washington. Um dia depois de conclamar seus compatriotas a "levantar a cabeça e começar a refazer a América", Obama deve convocar ainda nesta quarta-feira seus conselheiros econômicos, e logo em seguida seus principais dirigentes militares. Obama nem esperou seu primeiro dia de trabalho para anunciar uma primeira decisão de interesse internacional: ele pediu na terça-feira a suspensão por 120 dias dos processos nos tribunais de exceção de Guantánamo para dar a sua administração o tempo de reexaminar todos estes casos, aprovados por seu predecessor George W. Bush e muito criticados em todo o mundo. Nesta quarta-feira, Obama chegou ao Salão Oval às 08H35 (11H35 de Brasília), segundo seu porta-voz, Robert Gibbs. Ele passou dez minutos sozinho no recinto, e leu a carta deixada por Bush na gaveta de cima da escrivaninha. Gibbs não revelou o conteúdo da mensagem. A esposa de Obama, Michelle, foi encontrar seu marido no Salão Oval às 09H10. Porém, antes disso, Obama recebeu o homem que dirigirá sua equipe, Rahm Emanuel, para comentar a pauta do dia. Às 15H15 (18H15 de Brasília), ele reúne a equipe econômica para fazer o balanço dos progressos dos planos de recuperação econômica e criar três ou quatro milhões de empregos, num momento em que os americanos ouvem falar todos os dias em quebras de empresas e demissões em massa. O plano de recuperação, avaliado em 825 bilhões de dólares, será o tema principal da discussão, segundo colaboradores de Obama. Às 16H15 (19H15 de Brasília), Obama tem reunião marcada com o secretário da Defesa, Robert Gates, o chefe de Estado-Maior, Mike Mullen, os generais David Petraeus, comandante para o Oriente Médio e a Ásia Central, e Raymond Odierno, comandante das tropas no Iraque, e conselheiros para a segurança nacional. Durante esta reunião, o homem que é agora o "comandante-em-chefe" dos Estados Unidos começará provavelmente a trabalhar sobre uma de suas principais promessas de campanha: acabar com a guerra no Iraque. Obama "pedirá um cronograma para o reposicionamento das tropas de combate nos 16 próximos meses", destacou Gibbs. "Vamos ter muito trabalho", avisou Obama na noite de terça-feira em declarações à rede ABC, prometendo para esta quarta-feira "uma série de anúncios, tanto sobre a política interna como sobre a política externa, que terão de ser seguidos rapidamente por atos". "Não podemos demorar, há muitas coisas urgentes", alertou.