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Administração Obama põe China e iuan na mira

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postado em 22/01/2009 17:47
Desde seus primeiros dias, a administração de Barack Obama já coloca a China, sua moeda e seu enorme excedente comercial com os Estados Unidos na mira, apesar de Washington reconhecer que precisa de Pequim - seu maior parceiro comercial atualmente - para reativar a economia mundial. O gigante asiático, atual terceira potência econômica, ocupou boa parte do discurso de Timothy Geithner no comitê de Finanças do Senado, que nesta quinta-feira (22/01) aprovou sua nomeação como secretário do Tesouro de Barack Obama. "O presidente Obama - respaldado pelas conclusões de grande parte dos economistas - acredita que a China manipula sua moeda", declarou Geithner aos senadores, indignados com a suposta subvalorização do iuan, com o objetivo de aumentar artificialmente as exportações chinesas. "O presidente Obama está decidido a (...) recorrer a todas as vias diplomáticas disponíveis para obter uma mudança nas práticas da China em relação a sua moeda", declarou Geithner, acrescentando que "um dólar forte é de interesse nacional" para os Estados Unidos. Pequim, cuja moeda se valorizou cerca de 20% em relação ao dólar desde 2005, parece ter invertido a tendência nas últimas semanas. Geithner lembrou ainda que, quando Barack Obama ocupava uma cadeira no Senado, apresentou um projeto de lei que previa sanções comerciais contra países que manipulassem os preços de sua moeda. Uma lei deste tipo impediria que "países como a China continuassem violando com toda impunidade os princípios do câmbio livre", destacou Geithner, dois dias depois da posse do novo presidente. O futuro ministro, no entanto, assumiu uma postura de prudência. "Trata-se de saber como e quando este tema será abordado para ter mais resultados bons que maus. A nova equipe econômica prepara uma estratégia integrada para adaptar os tipos de câmbio à situação econômica atual", anunciou o futuro ministro, cuja nomeação ainda depende da aprovação do Senado. Por outro lado, Geithner reconheceu a importância da China para a reativação econômica mundial - inclusive de seu consumo interno. "A curto prazo, necessitamos de uma reativação coordenada para sustentar a demanda, aqui como na China", estimou o sucessor de Henry Paulson, a quem caberá a missão de aplicar os 825 bilhões de dólares do gigantesco plano de reativação aprovado pelo Congresso americano. "Uma vez estabilizada a demanda, teremos que organizar um diálogo construtivo com a China para ajudar o país a progredir em direção a um crescimento mais sustentado pelo consumo interno do que pelas exportações", explicou. "Se minha nomeação se confirmar, me comprometo a instaurar uma cooperação estreita entre nossos altos funcionários econômicos, para que tratem de nossas diferenças (com Pequim) e resolvam os problemas", declarou Geithner. Esta cooperação, indicou, estaria relacionada ao tipo de câmbio, às violações da propriedade intelectual, à segurança dos produtos e às barreiras livres de tarifas, além do consumo de energia e do meio ambiente.

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