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Custo para reconstrução da Faixa de Gaza deve superar US$ 2 bi, afirma conselheiro palestino

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postado em 22/01/2009 18:15
O custo para reconstrução das áreas atingidas na Faixa de Gaza deve ser superior a US$ 2 bilhões, calcula o primeiro conselheiro da embaixada da Palestina no Brasil, Salah Alqataa. Israel concluiu na quarta-feira (21/01) a retirada das suas tropas da região, iniciada após anúncio de cessar-fogo feito pelo Hamas no último domingo (18/01), mas a situação segue instável. Alguns países já anunciaram envio de ajuda à Faixa de Gaza, entre eles Portugal, que deve encaminhar US$ 400 mil, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa). Como Israel domina as fronteiras, Alqataa afirmou que ;depende de Israel deixar entrar a ajuda;. A distribuição dos recursos também é polêmica. ;Segue uma guerra diplomática, porque há países da região, como a Arábia Saudita, dispostos a pôr recursos importantes, da ordem de US$ 1 bilhão, diretamente na administração Palestina, significaria portanto, pôr os recursos diretamente no Hamas;, afirmou o professor do instituto de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), José Flávio Saraiva. Hoje, de acordo com a BBC, Israel alertou sobre a possibilidade de túneis usados para contrabando de mercadorias provenientes do Egito serem reabertos por palestinos. Destruir a rede de túneis entre a Faixa de Gaza e o Egito foi um dos principais objetivos de Israel quando iniciou a sua ofensiva no final de 2008. Israel afirma que os túneis são usados para contrabandear armas para militantes do Hamas, enquanto os palestinos argumentam que, devido ao maior controle das fronteiras de Gaza, os túneis são o único modo de obter produtos básicos e combustível. Apesar da instabilidade, o cessar-fogo deve continuar, segundo Saraiva. ;Creio que haverá um período de tolerância mútua que tem a ver com a própria crueza e a violência do conflito recente;. Mas a trégua não significa o fim do conflito histórico. ;Israel agora quer que haja uma coordenação das Nações Unidas, mas não quis quando bombardeou Gaza, uma coisa é o fim do cessar-fogo, das ofensivas militares, a outra é o fim do conflito nesse plano, do apaziguamento das mentes, as mentes ainda não estão apaziguadas e teremos ainda uma movimentação muito grande nessa área;, concluiu. Brasileiros que quiserem enviar ajuda para a região devem entrar em contato com organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha. A organização afirmou que deve divulgar na sexta-feira (23/01) o número da conta bancária para o envio de doações.

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