postado em 24/01/2009 15:25
NOVA DÉLHI - O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, de 76 anos, foi submetido neste sábado (24/01) a uma cirurgia de ponte de safena que, apesar de ter sido um sucesso, alimenta especulações sobre seu futuro político, a três meses das eleições legislativas.
"Todo o país está feliz porque nosso primeiro-ministro foi operado com êxito", afirmou o porta-voz do Partido do Congresso, Veerappa Moily, após intervenção cirúrgica de oito horas no Instituto Indiano de Ciências Médicas (AIIMS) de Nova Délhi, o maior hospital público da capital.
Singh permanecerá em observação em uma unidade de terapia intensiva por 48 horas. "Os médicos estão confiantes", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee, que substituirá Singh durante sua recuperação, que deve durar de duas a quatro semanas.
A operação, decidida depois que foi constatado que Singh, diabético, tinha artérias coronárias obstruídas, provocou aflição no mundo político. Singh já fora submetido a uma cirurgia do mesmo tipo em 1990 e a uma angioplastia, em 2003.
Este indiano sikh nascido em 26 de setembro de 1932 - antes da Partilha do Império Britânico das Índias - em Pendjab, atualmente parte do território paquistanês, dirige desde maio de 2004 um governo de coalizão de centro-esquerda liderado pelo Partido do Congresso.
O partido, presidido pela influente Sonia Gandhi, informou que a ausência de Singh não vai alterar a campanha das eleições legislativas programadas para abril, em um momento de grande tensão com o Paquistão e de crise econômica mundial, que afeta aquela que se considera a "maior democracia do mundo".
Como dois terços dos 1,1 bilhão de habitantes do país são menores de 35 anos, a imprensa especula a entrada na disputa pelo posto de primeiro-ministro do jovem Rahul Gandhi, 38 anos, filho de Sonia Gandhi e do ex-premier Rajiv Gandhi, assassinado em maio de 1991.