postado em 03/02/2009 08:27
VILLAVICENCIO - A guerrilha colombiana das Farc está disposta a libertar nesta terça-feira (03/02) o ex-governador Alan Jara depois de sete anos e meio de sequestro, dando prosseguimento ao processo no qual já entregou três policiais e um militar às autoridades e que prevê ainda a liberação de um ex-deputado.
"Estamos muito perto de voltar a ver Alan. Esperamos que a qualquer momento, a partir de terça-feira, possam ter início as operações e ter este reencontro tão desejado", afirmou à imprensa Claudia Rujeles, esposa do político, na residência da família em Villavicencio (90 km ao sudeste de Bogotá).
Jara será entregue após a polêmica entre o governo e o comitê civil 'Colombianos pela Paz' sobre a operação que resultou na liberdade, domingo, dos policiais Alexis Torres, Juan Galicia e José Lozano e do soldado William Domínguez, reféns desde 2007.
O plano passou a ser dúvida depois que, na madrugada de segunda-feira, o presidente Alvaro Uribe desautorizou a 'Colombianos pela Paz' a receber Jara e o ex-deputado Sigifredo López, alegando que na operação de domingo, coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), houve "incitação e estímulo" às Farc.
Uribe fazia referência à entrevista de um líder rebelde ao repórter Jorge Enrique Botero do canal Telesur. Ele denunciou um ataque do Exército que teria matado um guerrilheiro e terminado com a prisão de outro, o que foi negado por Bogotá.
Horas mais tarde, o presidente colombiano voltou atrás e aceitou que a senadora opositora Piedad Córdoba, líder da 'Colombianos pela Paz', viaje para encontrar Jara com três delegados do CICV em um dos dois helicópteros Cougar cedidos pelo Brasil.
Depois da libertação de Jara terá início a operação para resgatar Sigifredo López, refém desde 11 de abril de 2002 e único sobrevivente de um grupo de 12 deputados provinciais assassinados em cativeiro no dia 18 de junho de 2007.