postado em 03/02/2009 16:22
A aviação israelense bombardeou alvos na Faixa de Gaza nesta terça-feira (03/02), depois das ameaças de represálias proferidas pelo primeiro-ministro Ehud Olmert logo após um novo disparo de foguete palestino contra o sul de Israel.
Pelo menos três mísseis foram disparados pela aviação israelense contra túneis utilizados para o contrabando de armas no setor de Rafah, na fronteira com o Egito, informaram testemunhas, sem mencionar vítimas.
Pouco tempo depois, um avião israelense bombardeou uma posição vazia do braço armado do Hamas em Khan Yunis, também no sul da faixa de Gaza, acrescentaram.
Estes ataques foram conduzidos algumas horas depois da explosão de um foguete palestino em Ashkelon, grande cidade do sul de Israel a cerca de 13 km da Faixa de Gaza. O foguete, de tipo Grad, provocou danos materiais mas não deixou vítimas, destacou um porta-voz militar.
Olmert prometeu reagir. "Qualquer provocação, por mínima que seja, terá uma resposta das mais severas até que estes disparos parem totalmente", declarou o premier a jornalistas.
Antes dos ataques aéreos desta terça-feira, o Exército israelense exortou, via mensagens telefônicas, os moradores dos arredores de Rafah a abandonarem suas casas e fugirem do setor.
"Recomendo ao Hamas que não nos provoque", declarou, por sua vez, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, durante uma conferência em Hertzliya, perto de Tel Aviv.
"A Força Aérea está neste momento conduzindo operações na Faixa de Gaza. Prometemos a calma no sul de Israel, e vamos cumprir com nossa palavra, garantiu Barak, que convocara em emergência pela manhã os dirigentes dos serviços de segurança e do Exército.
"Haverá uma resposta a estes disparos", afirmara então.
Olmert, Barak e a chanceler Tzipi Livni se reuniram depois do disparo de foguete contra Ashkelon.
Segundo a rádio pública israelense, ele examinaram uma eventual retaliação e mencionaram as discussões indiretas desta terça-feira entre o Hamas e o Egito sobre uma trégua formal para consolidar o cessar-fogo decretado em 18 de janeiro.
"Temos que atacar duramente o Hamas, para que o equilíbrio da dissuasão que criamos na operação precedente não seja afetado", declarou Livni, referindo-se à recente ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que deixou mais de 1.300 mortos palestinos entre os dias 27 de dezembro e 18 de janeiro.
No Cairo, uma delegação do Hamas conversou com dirigentes egípcios sobre as modalidades de uma trégua formal, mas um líder do movimento radical palestino reiterou as exigências de uma trégua de duração limitada e da abertura dos pontos de passagem da Faixa de Gaza.
O Hamas se disse segunda-feira (02/02) favorável a uma trégua de um ano.
Em Washington, a secretária de Estado Hillary Clinton pediu ao Hamas que pare com seus disparos de foguetes contra Israel e afirmou que os Estados Unidos querem ajudar a criar um Estado palestino "viável" na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.