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Autoridades alemãs querem corpo do 'Dr. Morte' para fazer a identificação

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postado em 05/02/2009 16:23
As autoridades alemãs afirmaram nesta quinta-feira que vão buscar o corpo do criminoso nazista mais procurado do mundo, Aribert Heim, para poder identificá-lo de forma segura, ao mesmo tempo que reconheceu ter informações sérias sobre sua provável morte no Egito, em 1992, confirmando assim as notícias divulgadas na véspera. "Desde o início da semana dispomos de informações sérias procedentes de pessoas ligadas ao "Dr. Morte (o apelido de Heim)", declarou nesta quinta-feira o porta-voz da polícia de Bade-Würtemberg (sudoeste de Alemanha), sede da unidade que investiga o nazismo. A justiça austríaca também realiza verificações sobre a notícia da morte do nazista, informou um porta-voz da promotoria de Linz (norte da Áustria), Rainer Schopper. O canal de televisão alemão ZDF noticiou na noite de quarta-feira que Aribert Heim, desaparecido há 50 anos, faleceu em 1992. Heim morreu de câncer em 1992, informou a ZDF, citando o filho do médico nazista, além de alguns amigos dele no Egito, onde morava. A rede de TV afirmou, inclusive, ter recebido uma cópia do atestado de óbito e de vários documentos comprovando sua identidade. "Ele morreu no dia do encerramento dos Jogos Olímpicos (de Barcelona), logo de manhã", revelou o filho de Heim, Rüdiger. Nascido na Áustria, em 1914, Aribert Heim - que também possuía nacionalidade alemã - é considerado um dos mais sádicos criminosos de guerra nazistas, suspeito de ter assassinado e torturado centenas de detentos do campo de concentração de Mauthausen (norte da Áustria) com injeções de veneno no coração ou praticando eviscerações sem anestesia. Aribert Heim fazia parte das Waffen SS, e durante muito tempo ocupou a segunda posição na lista de mais procurados depois de Alois Brunner, principal assistente de Adolf Eischmann e um dos mentores da "solução final", que faleceu em Damasco dez anos atrás. De acordo com a ZDF, que afirmou em comunicado ter conduzido uma investigação com o New York Times, Aribert Heim vivia com uma identidade falsa no Egito e tinha até se convertido ao Islã. Antes, especulava-se que Heim pudesse estar no Chile ou na Argentina. Heim chegou a ser detido pelas tropas americanas em 1945, mas foi libertado dois anos e meio depois. Em seguida, instalou-se na Alemanha e trabalhou como ginecologista até fugir do país, em 1962, quando as autoridades tentavam prendê-lo.

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