O governo do presidente Barack Obama privilegiará a elaboração de políticas para a população hispânica, ao invés de tentar agradar a comunidade escolhendo seus membros para ocupar cargos no governo, declarou nesta quinta-feira o chefe de gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, em entrevista a veículos de língua espanhola.
"Você pode nomear pessoas, mas se a política não é adequada, dá no mesmo", disse Emanuel, na primeira entrevista concedida a meios hispânicos por um alto funcionário do governo Obama.
"O pessoal é importante, mas não pode ocultar as políticas. Ambos são importantes", acrescentou, referindo-se à ausência de grandes figuras da minoria mais populosa do país (os EUA têm 15 milhões de hispânicos) na nova administração.
Apenas dois membros do gabinete de Obama - a secretária do Trabalho, Hilda Solís, que ainda precisa ser confirmada no cargo, e o secretário de Interior (Meio Ambiente), Ken Salazar - são hispânicos.
A grande personalidade política da comunidade hispânica - cujos votos foram de suma importância para a vitória eleitoral de Obama - era o governador do Novo México, Bill Richardson, nomeado a princípio para o cargo de secretário do Comércio.
Richardson, no entanto, precisou se demitir antes mesmo de ser sabatinado pelo Senado, devido a irregularidades no financiamento político em seu estado.
"Não há dúvida de que a comunidade hispânica está sofrendo o impacto (da crise) em todas as frentes. Mas o plano (de reativação econômica) criará 3,5 milhões de postos de trabalho. Isso vai beneficiar todo o país, e a comunidade hispânica faz parte dela", indicou Emanuel.
"Nomeamos gente muito boa para o gabinete", estimou. "E ainda não terminamos".