postado em 06/02/2009 16:31
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se declarou nesta sexta-feira "muito preocupada" com a decisão da justiça paquistanesa de libertar o pai da bomba atômica desse país, Abdul Qadeer Khan, culpado de atividades de proliferação nuclear.
"Estou muito preocupada e nos manifestaremos mais tarde", declarou a chefe da diplomacia americana, ao ter sido consultada pela imprensa durante uma breve sessão de fotos com a presidente filipina Gloria Macapagal-Arroyo.
Anteriormente, um porta-voz do Departamento de Estado, Gordon Duguid, considerou "lamentável" a decisão da justiça paquistanesa de libertar A.Q. Khan, ressaltando que essa decisão não havia sido confirmada pelo governo. "Pelo que sei, não há uma confirmação por parte do governo dessa decisão", declarou Duguid durante uma entrevista coletiva à imprensa.
"Mas a princípio, (...) ao nosso ver, seria lamentável se a justiça o libertasse", acrescentou. "Consideramos que A.Q. Khan ainda representa uma ameaça grave de proliferação". O governo paquistanês "está bem consciente de nossa posição a respeito disso", acrescentou Duguid. A justiça paquistanesa libertou nesta sexta-feira o cientista paquistanês que viveu durante cinco anos em prisão domiciliar.
"O demandante (Khan) está declarado cidadão livre", ordenou um juiz do tribunal de Islamabad. Khan, de 72 anos, foi colocado em prisão domiciliar no Paquistão em fevereiro de 2004, depois de ter admitido que vendeu tecnologia nuclear paquistanesa a países como Líbia, Irã e Coreia do Norte.
"Agradeço à Nação por ter ficado ao meu lado nesses momentos difíceis", disse à AFP aquele que muitos consideram um "heroi nacional" por ter alçado o Paquistão ao posto de única potência nuclear militar conhecida do mundo muçulmano depois de seus testes em maio de 1998.