Os Estados Unidos expressaram sua "profunda preocupação" ao Paquistão com a libertação de Abdul Qadir Khan, criador da bomba atômica desse país, durante uma conferência sobre segurança em Munique, anunciou o Departamento de Estado em nota divulgada nesta terça-feira.
"O secretário de Estado adjunto, Jim Streinberg, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, Shah Mehmud Qureshi, em Munique, na Alemanha, e lhe expressou a profunda preocupação do governo americano em relação à decisão de libertar A. Q. Khan", afirma o texto.
Uma Corte paquistanesa anunciou na sexta-feira a libertação de Khan, cinco anos depois de ter sido condenado à prisão domiciliar por operar em uma rede de proliferação que enviou segredos nucleares para Irã, Líbia e Coréia do Norte.
Streinberg quis se assegurar "de que o governo paquistanês tome todas as disposições possíveis para que Khan não seja um risco para a proliferação nuclear", acrescentou o Departamento de Estado.
O cientista, de 72 anos, viveu sob prisão domiciliar desde fevereiro de 2004, quando admitiu ter participado dessas atividades, pelas quais se retratou.
O Paquistão é a única potência atômica militar do mundo muçulmano. Em maio de 1998, fez testes nucleares em resposta aos realizados por Índia, país vizinho e rival, alguns dias antes.