GAZA - O Hamas rejeitou nesta quarta-feira (11/02) as acusações proferidas pela Anistia Internacional (AI), que denunciou em relatório abusos cometidos em Gaza pelos islamitas palestinos contra membros do partido rival Fatah ou contra "colaboradores".
"O relatório da AI e as acusações contra o Hamas sobre violações cometidas em Gaza são parciais", afirmou o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, em comunicado.
O relatório se baseia em "histórias imaginárias relatadas a um represenntante da ONG por uma única parte. A outra parte não foi ouvida, o que contradiz os princípios mais elementares" de uma investigação séria, acrescentou.
A organização de defesa dos direitos humanos alegou ter solicitado uma reunião com dirigentes do governo do Hamas na Faixa de Gaza, mas afirmou que o encontro foi cancelado na última hora.
"Uma reunião estava prevista no dia 1 de fevereiro com o porta-voz da administração do Hamas, Taher al-Nunu, mas ele desmarcou de última hora. Nenhum outro encontro pôde ser organizado antes da saída dos representantes da AI da Faixa de Gaza", explicou a ONG em seu relatório.
Desde o fim de 2008, durante e depois da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, "as forças e as milícias do Hamas em Gaza conduzem uma campanha mortífera de sequestros, assassinatos, tortura e ameaças de morte contra os que acusam de colaborar com Israel, assim como contra opositores e qualquer pessoa que critique o movimento", denunciou a AI em comunicado publicado na terça-feira.
"Cerca de 20 homens foram assassinados por militantes do Hamas, que também atiraram nos joelhos ou nas pernas de vários outros", declarou a ONG, destacando que "em muitos casos, o objetivo era provocar lesões irreversíveis".