postado em 18/02/2009 18:36
O Ministério Público da cidade suíça de Zurique abriu uma investigação criminal contra a brasileira Paula Oliveira, que alegou ter sido vítima de uma agressão neonazista.
O relato da advogada provocou grande polêmica na imprensa brasileira, com direito a uma intervenção diplomática do ministério das Relações Exteriores, até que começaram a surgir dúvidas sobre os fatos.
Um comunicado do MP informa que a advogada de 26 anos é suspeita de enganar as autoridades suíças.
A brasileira, que recebeu assistência legal gratuita, não poderá deixar o território suíço durante o processo, e seu passaporte ficará com as autoridades.
A investigação sobre o suposto ataque à brasileira prosseguirá separadamente.
Paula denunciou ter sido atacada em 9 de fevereiro por três neonazistas ao deixar uma estação de trens nas proximidades de Zurique, onde mora com o noivo.
No ataque, segundo ela, os vândalos fizeram várias marcas em seu corpo com objetos cortantes e as agressões a fizeram abortar as gêmeas que esperava, no terceiro mês de gestação.
No entanto, exames médicos revelaram mais tarde que ela não estava grávida, segundo a polícia.
Um especialista da polícia forense afirmou que a jovem pode ter praticado automutilação.
De acordo com o código penal suíço, Paula pode ser condenada a uma pena de até três anos de prisão por ter mentido sobre a agressão e enganado as autoridades.
O caso emocionou o Brasil e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a pedir formalmente a abertura de uma investigação à Confederação Helvética, onde a jovem reside com o namorado suíço.