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Raúl Castro reestrutura governo um ano depois de assumir a presidência de Cuba

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postado em 20/02/2009 17:13
Um ano depois de assumir a presidência de Cuba, Raúl Castro começou a reestruturar seu governo promovendo dirigentes militares e políticos de sua confiança, em busca de agilizar o aparato burocrático e, ao mesmo tempo, reforçando o poder da velha guarda comunista. Raúl Castro promoveu a vice-presidentes de seu gabinete três ministros e membros do seleto Birô Político do Partido Comunista de Cuba: o comandante Ramiro Valdés (titular das Comunicações); o general Ulises Rosales (Agricultura), e Jorge Luis Sierra (Transporte), segundo o publicado nesta sexta-feira no diário oficial Granma. As nomeações têm "como objetivo distribuir de um modo mais efetivo" entre os membros do Conselho de Ministros (gabinete) "a atenção, o controle e a coordenação dos organismos da administração central do Estado", acrescentou em comunicado. Os novos cargos foram anunciados um ano depois de Raúl Castro, de 77 anos, assumir formalmente a presidência - até 24 de fevereiro de 2008 havia exercido interinamente o cargo desde que seu irmão Fidel ficou doente, em julho de 2006. Valdés (76 anos) foi o chefe e fundador da Segurança do Estado, primeiro titular do Interior e durante um certo tempo número dois de Raúl, quando este era ministro da Defesa; Rosales (66) foi ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas e do ministério do Açúcar; e Sierra (47) é uma figura em ascensão a quem Raúl encarregou o sensível setor do transporte. "Vejo um reforço do bunker, que não favorece as reformas porque estas são pessoas de ontem, talvez com a exceção de Sierra, mas que cumprem os desígnios de Raúl. São homens de guerra, acostumados a batalhões mas não a reger os recursos humanos civis de uma sociedade", opinou o historiador da oposição Manuel Cuesta. Quando assumiu Raúl Castro, a geração histórica da revolução, com 75 anos em média, emergiu nos postos mais importantes, e foi nomeado como número dois José Ramón Machado (77 anos), quando se pensava que subiria Carlos Lage, de 57 anos, considerado a cara da renovação.

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