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Hillary anuncia diálogo estratégico com a China

No encerramento da turnê pela Ásia, secretária de Estado ressalta parceria para enfrentar crise econômica e mudanças climáticas

postado em 22/02/2009 11:16
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, vão aproveitar um encontro paralelo durante a cúpula do G-20, em abril, para anunciar a abertura de um ;diálogo estratégico;. A elevação do patamar das relações entre as duas potências foi o principal resultado da visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a Pequim. No encerramento da turnê asiática que marcou sua estreia no cenário internacional, Hillary definiu como ;imperativo; que China e EUA cooperem estreitamente em temas como a crise financeira global e as mudanças climáticas. ;Queremos aprofundar e ampliar as relações. Já estabelecemos fundamentos sólidos, mas resta muito por fazer;, disse a secretária à imprensa. ;A situação em uma escala mais ampla requer que nossos países estreitem o diálogo e trabalhem juntos para elevar nossas relações a um novo estágio;, respondeu o chanceler Yang Jiechi. ;Temos pela frente uma série de desafios cruciais.; O discurso da chefe da diplomacia americana, complementado pelos encontros com Hu e outros funcionários de alto escalão, reforçou a opção de Washington por colocar em segundo plano as diferenças de longa data com Pequim ; sobre direitos humanos e a ocupação do Tibete, principalmente. ;A promoção dos direitos humanos continua sendo um aspecto essencial da nossa política global;, defendeu-se Hillary. Na véspera, ativistas na China e nos EUA criticaram a secretária por ter afirmado, na chegada, que as preocupações nesse campo ;não devem interferir; com a parceria para enfrentar os desafios compartilhados no plano internacional. Yang, visivelmente satisfeito com as declarações da visitante, não perdeu a oportunidade para confirmar que as diferenças sobre direitos humanos estiveram na agenda das conversações, e que esse e outros temas ;devem ser discutidos sobre a base da igualdade e da não interferência nos assuntos internos;. Confiança A secretária não se furtou a agradecer aos chineses pelos ativos que depositam nos EUA, como maiores detentores de títulos do Tesouro norte-americano. ;Aprecio grandemente a continuada confiança do governo chinês. É uma confiança com bons fundamentos;, disse Hillary. Ela renovou as esperanças na reversão do quadro de retração econômica. ;Temos todas as razões para acreditar que os EUA e a China vão se recuperar e, juntos, ajudaremos a liderar a recuperação mundial.; Hillary escolheu a visita à usina de energia geotérmica de Tayanggong para convidar os anfitriões a somar esforços no combate às mudanças climáticas ; os dois países são os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa. A usina, que usa tecnologia da General Electric, abastece um milhão de casas e a Embaixada americana, mas emite metade dos poluentes produzidos por uma termelétrica de carvão. ;Para lidar com o desafio do aquecimento global, nada é mais importante do que uma parceria entre EUA e China;, disse a visitante. Toque oriental Um artista de rua chinês aproveitou a visita de três dias da secretária de Estado norte-americana para acrescentar um novo item ao seu catálogo de souvenires. Essa estatueta de massinha mostra uma Hillary Clinton com traços levemente orientais e adereços de inspiração local. Ela foi exibida aos fotógrafos, em Pequim, pelo criador, que adotou o nome artístico de Peng Xiaoping ; uma paródia do nome do falecido dirigente Deng Xiaoping, que promoveu a abertura da China nos anos 1980 e 1990.

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