postado em 26/02/2009 17:00
O próximo líder de Israel, Benjamin Netanyahu, teve uma reunião hoje com o enviado norte-americano do presidente Barack Obama para o Oriente Médio, George Mitchell, cuja visão do conflito israelo-palestino é radicalmente diferente da sua. Foi o primeiro encontro dos dois após Netanyahu ter sido indicado para formar o novo governo de Israel. Segundo o israelense, o encontro foi "positivo e produtivo" e os dois ainda "tem muita coisa para conversar". Mitchell não emitiu comunicado após a reunião.
Os dois parecem discordar em algumas questões essenciais. Mitchell quer pressionar pela retomada das conversações de paz que levem à criação de um Estado da Palestina no futuro. Netanyahu evita qualquer conversa sobre o Estado palestino e afirma que qualquer esforço deve ter em vista a reconstrução da economia palestina. Mitchell urgiu que seja suspensa a construção de novos assentamentos judaicos na Cisjordânia e que os antigos não se expandam, enquanto Netanyahu afirma que os assentamentos já existentes deveriam ser expandidos.
Em sua primeira viagem à região no mês passado, Mitchell prometeu um esforço vigoroso para a paz entre israelenses e palestinos, mas também não deu indicações de como a administração Obama planeja proceder. Um funcionário americano disse, sob anonimato, que Mitchell não fará nenhum comentário político nesta fase.
Um dos objetivos imediatos de Mitchell na região é fazer com que o cessar-fogo informal que finalizou a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza seja mantido. Funcionários egípcios tentam mediar, até agora sem muito sucesso, essa trégua permanente entre Israel e o grupo Hamas. Mitchell também deverá ter o foco na reconstrução da Faixa de Gaza, arrasada pela ofensiva que acabou em 18 de janeiro.
Os palestinos esperam arrecadar US$ 2,8 bilhões em uma conferência internacional de doadores que deverá acontecer na próxima segunda-feira no Egito. Os EUA deverão contribuir com US$ 900 milhões. Mitchell chegou hoje a Israel após visitar a Turquia. Ele também se reuniu com Tzipi Livni, a líder do Partido Kadima.