postado em 27/02/2009 08:02
O produto é considerado unanimidade nacional. Cerca de 18,8 milhões de sacas de 60kg são consumidas a cada ano. Não bastassem o aroma e o cheiro, a ciência acrescentou mais um motivo para que o café ganhe as mesas de todo o Brasil e do mundo. Paul Nghiem, professor da University of Washington Dermatology e pesquisador do Fred Hutchinson Cancer Research Center, descobriu que cada copo diário de café reduz em 5% o risco de desenvolvimento do câncer de pele não-melanoma. O estudo se baseou no acompanhamento de 93.676 mulheres, 83,6% da cor branca.
A doença atinge cerca de 55.890 homens e 59.120 mulheres a cada ano. ;A cafeína pode induzir as células danificadas pelos raios ultravioleta ao suicídio, apagando-as da pele;, explicou ao Correio o autor da pesquisa publicada na revista Journal of Investigative Dermatology. A investigação constatou que o consumo de seis ou mais copos por dia estava associada a uma diminuição de 31% na incidência desse tipo de câncer. No entanto, o consumo em excesso da bebida pode causar insônia, irritabilidade, gastrite e úlcera.
Mecanismo
De acordo com Nghiem, as células pré-cancerosas ou as que começaram a se dividir de modo incontrolável sob a ação dos raios ultravioleta dependem da função ATR ; proteína-quinase envolvida na ativação do controle de danos ao DNA. ;Se a ATR é suprimida, inclusive pela cafeína, um número maior de células danificadas é apagada da pele, por meio do suicídio celular;, explicou.
Estudos em camundongos mostraram que a cafeína tornou os casos de câncer de pele mais raros. ;Nos seres humanos, esse pode ser um mecanismo relevante para explicar os efeitos de bebidas cafeinadas;, admitiu. Nghiem defende pesquisas para determinar se a aplicação de cafeína na pele ; em forma de pomada ; poderia reverter o dano causado pela exposição aos raios.
A interrupção do ciclo celular ATR-Chk1 foi vista apenas em células já danificadas pela exposição excessiva ao sol e passíveis de se tornarem cancerosas. Os cientistas não sabem a razão pela qual a cafeína não consegue prevenir o melanoma, tipo mais letal de tumores de pele.