postado em 01/03/2009 09:11
Washington - A batalha do americano David Goldman para recuperar seu filho - que vive com o padrasto brasileiro, no Rio - ganhou grande repercussão nos Estados Unidos e se transformou em saia-justa diplomática para o Brasil. O caso já foi tema de reportagem no programa Dateline, da NBC, de reportagem no The New York Times e vai ao ar em breve na CNN, que esteve com Goldman na quinta-feira.
Ao se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na quarta-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fez questão de falar do caso. E, demonstrando o peso que a Casa Branca está dando ao assunto, deve entrar na pauta do encontro dos presidentes Lula e Barack Obama, no dia 17 , em Washington. Um protesto de pessoas solidárias a Goldman está marcado para a data e promete fazer barulho e tentar ofuscar o evento.
Com a repercussão internacional da disputa, a família da mãe do pequeno S.G. avalia que está perdendo a disputa junto à opinião pública e resolveu romper o silêncio. O tio do garoto por parte de mãe, Luca Bianchi, de 30 anos, falou com exclusividade ao Estado. Ele acusa o ex-cunhado de montar um circo. "Ele mostra um vídeo com o filho na piscina e acha que isso basta para dizer que podem ter uma vida feliz." Bianchi, que morou nos EUA próximo da irmã e do cunhado, diz desconhecer as três mulheres que aparecem como amigas de Bruna em reportagem na NBC. "Até amigas compradas eles arrumaram", afirma.
Histórico
Até seis meses atrás, S. G. vivia como um garoto da zona sul do Rio, com a mãe, a empresária Bruna Bianchi, e o padrasto, o advogado João Paulo Lins e Silva, de 34 anos, na Lagoa. Os três estavam juntos havia quatro anos e esperavam a chegada da irmã caçula, Chiara. Goldman permanecia em New Jersey e, inconformado com a vinda do filho para o Brasil, brigava na Justiça dos dois países, sem sucesso, pela guarda. No dia 21 de agosto de 2008, Bruna morreu ao dar à luz. Sua morte reacendeu a disputa pela guarda de S. G..
O pai biológico, além das ações judiciais que move desde 2004 para levar o menino de volta aos EUA, conta com uma rede de amigos que criou uma campanha na internet batizada de Bring S.G. Home. Com respaldo dos americanos, após a perda da guarda do filho, Goldman acusa a Justiça do Rio de beneficiar o padrasto, ao lhe permitir ficar com o menino, mesmo sem ter laço de sangue. Lins e Silva é filho e sócio do advogado Paulo Lins e Silva no maior escritório de Direito de Família do Rio. Desde a morte da mãe, S.G. mora em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste, com a irmã, Chiara, o padrasto e os avós maternos.