postado em 02/03/2009 09:14
BISSAU - O exército da Guiné-Bissau respeitará a ordem constitucional e a democracia, afirmaram nesta segunda-feira (02/03) os oficiais superiores do Estado-Maior das Forças Armadas em um comunicado publicado horas depois da morte do presidente João Bernardo Vieira nas mãos dos militares.
"O exército, fiel a seu dever, respeitará a ordem constitucional e a democracia", afirmaram os oficiais depois de uma reunião realizada nesta segunda-feira.
"O Estado-Maior das Forças Armadas anuncia que o chefe do Estado-Maior, o general Tagmeh Na Waieh, foi vítima de um atentado que o matou. O exército anuncia, por outra parte, a morte do presidente Nino Vieira", afirma o comunicado.
"Os militares informam que a situação está sob controle e lançam um pedido à população para quem mantenham a calma", acrescenta.
Bernardo Vieira morreu na manhã desta segunda-feira em uma ação militar, horas depois de um atentado que matou o chefe do Estado-Maior do país.
"O Exército matou o presidente Vieira quando ele tentava fugir da casa dele, atacada por um grupo de militares ligados ao comandante do Estado-Maior, Tagmeh Na Waieh", afirmou o chefe militar de Relações Exteriores, Zamura Induta.
"Era um dos principais responsáveis pela morte de Tagmeh", acrescentou. "Agora, o país vai avançar. Este homem bloqueava tudo neste pequeno país", completou o oficial.
João Bernardo Vieira (conhecido como "Nino"), de 69 anos, passou praticamente 23 anos à frente de Guiné-Bissau. Foi reeleito para a presidência deste país do oeste da África em 2005, nove anos depois do fim de uma guerra civil (que durou 11 meses) que o expulsara do poder.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Tagmeh Na Waieh, morreu no domingo em um atentado com bomba contra o quartel-general do Exército. Segundo uma testemunha, a residência privada do presidente foi saqueada.
"Vimos militares retirando tudo o que havia dentro da residência privada do presidente, seus bens pessoais, seus móveis, tudo", afirmou a testemunha.
Em 23 de novembro, um grupo militar já havia atacado a residência de Vieira, em uma ação que matou dois seguranças.