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China afirma que não tem relações com o comprador chinês das peças de YSL

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postado em 03/03/2009 09:32
PEQUIM - A China afirmou nesta terça-feira (03/03) que não tem qualquer vínculo com o colecionador chinês que anunciou ter comprado num leilão de Paris as duas peças de bronze do acervo do estilista francês Yves Saint Laurent e seu companheiro Pierre Bergé reclamadas pelas autoridades chinesas. "No que diz respeito à participação dessa pessoa no leilão dos bronzes, tanto a Administração Estatal das Relíquias e dos Monumentos, como eu não sabemos de nada", declarou à imprensa o porta-voz do ministério das Relações Exteriores. "Portanto, não faremos qualquer comentário sobre este ato privado", acrescentou. Na China alguns elogiaram a atitude heroica de Cai Mingchao, de 44 anos, que anunciou ter comprado as peças por 15,7 milhões de euros cada uma e se negou a pagar por elas, mas outros criticaram seu método de vingar a honra nacional. "Acredito que qualquer chinês teria se levantado neste momento. Tento fazer todo o possível para enfrentar minhas responsabilidades", afirma Cai. A casa Christie's, encarregada do leilão da coleção de arte do estilista Yves Saint Laurent, se negou nesta segunda-feira a fazer comentários sobre o anúncio de que um cidadão chinês que comprou as duas relíquias de bronze reclamadas por Pequim e não tem dinheiro para pagar por elas. "Nossa política é não comentar a identidade dos compradores", declarou uma porta-voz da casa de leilões. Os dois bronzes chineses reclamados por Pequim foram vendidos por um total de 28 milhões de euros na quarta-feira passada durante os leilões da coleção Yves Saint Laurent-Pierre Bergé em Paris. Tratam-se das cabeças de rato e coelho em bronze da coleção de arte de Yves Saint Laurent, símbolo de humilhação na China porque recordam um dos piores episódios da invasão do país por tropas da França e Grã-Bretanha, potências coloniais em 1860. As peças em bronze procedem da fonte zodiacal do Palácio de Verão do imperador Quianlong (1735-1795), noroeste de Pequim, saqueado em 1860 por soldados franceses e britânicos. A China condenou a venda "ilegal" dos bronzes e advertiu que a Christie's assumiria as consequências desse ato.

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