postado em 04/03/2009 14:19
HAIA - O acidente do avião de carreira turco que deixou nove mortos perto do aeroporto de Amsterdã-Schipol no dia 25 de fevereiro foi provocado por um problema de altímetro, anunciou nesta quarta-feira (04/03) o escritório de investigação holandês para a segurança, encarregado de investigar no local da catástrofe.
"As gravações em áudio e as caixas-pretas indicam que irregularidades ocorreram durante a descida do avião", declarou o diretor do escritório, Pieter Van Vollenhoven.
"Quando o avião estava numa altitude de 1.950 pés (cerca de 700 metros), o altímetro esquerdo indicou subitamente uma mudança de altitude, que transmitiu ao sistema de pilotagem automática" acionado durante o pouso, acrescentou, durante uma entrevista coletiva em Haia.
"O altímetro indicava que o avião estava a uma altitude de -8 pés em vez de 1.950 pés, o que teve uma influência direta na ferramenta que dá mais ou menos potência durante a descida", prosseguiu.
O Boeing 737-800 da companhia Turkish Airlines já teve duas vezes este problema no passado, lembrou Vollehoven.
Os três pilotos, mortos no acidennte, não reagiram de imediato, segundo a mesma fonte. O avião começou então a se comportar "como se estivesse a poucos metros do solo, reduzindo a potência dos motores, como se a pilotagem automática estivesse na última fase do voo", explicou.
O aparelho passou então para a vecolidade mínima, acionando sinais de alerta a uma altitude de 150 metros.
"A caixa-preta mostra que o comando acabou sendo dado, mas já era tarde. O avião estava baixo demais, e caiu a um quilômetro da pista", ainda disse Vollenhoven.
O aparelho, que chegava de Istambul com 135 pessoas a bordo, entre eles sete tripulantes, caiu em um campo. Cinco turcos e quatro americanos morreram e mais de 80 pessoas ficaram feridas, 28 das quais permaneciam internadas nesta quarta-feira.
"O avião tocou terra com a cauda, a 175 km/h", contra uma velocidade normal de 260 km/h, explicou Vollenhoven. Freado pelo campo de terra, o aparelho se imobilizou depois de percorrer 150 metros.
"As condições meteorológicas desfavoráveis, com nuvens baixas e neblina, provavelmente prejudicaram a visibilidade da pista quando o processo de descida foi iniciado", acrescentou.
O Escritório de investigação para a segurança advertiu a companhia americana Boeing para os riscos da utilização da pilotagem automática quando o altímetro não funciona nos aparelhos de tipo 737-800.
"Pedimos à Boeing que verifique se este risco também existe em pleno voo", informou Vollenhoven.